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31 de outubro de 2006

Top 50: novas estimativas para confinamento em 2006

No total, os 34 projetos levantados estimaram para 2006 terminar 527.519 animais em confinamento. No ano passado, segundo os dados da Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos, os mesmos projetos terminaram 471.955 animais, ou seja, irão crescer 11,77% neste ano. Em relação à projeção estimada na Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos 2005, 7 mantiveram, 15 aumentaram a projeção e 10 reduziram. Em 2 casos, não há projeção anterior.

O BeefPoint realizou uma pesquisa com os confinamentos integrantes do levantamento Top BeefPoint de Confinamentos, obtendo resposta de 34 confinamentos. O objetivo dessa pesquisa foi atualizar as previsões para a atividade em 2006 entre os 50 maiores confinamentos brasileiros.

Como metodologia de pesquisa, um questionário foi enviado a todos os confinamentos que entraram na Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos 2005. Isso significa que os projetos pesquisados estão no universo dos maiores confinamentos do Brasil. O levantamento teve início em outubro, e os dados foram coletados por telefone ou e-mail, sempre com o responsável técnico ou proprietário do confinamento.

A pesquisa traz dados importantes sobre a atividade neste ano. Entretanto, uma ressalva é necessária. Esses projetos trabalham com grandes volumes e possuem particularidades inerentes ao seu porte, não permitindo que os resultados sejam extrapolados a atividade de confinamento no Brasil como um todo.

Dos 50 projetos, os 34 analisados foram os que enviaram as respostas válidas para a pesquisa. Entre as razões pelas quais nem todos foram incluídos, encontram-se a ausência de uma estimativa precisa pelo responsável, opção em não revelar os dados ou o responsável não pôde ser encontrado. Considerando o volume de animais, os confinamentos levantados representam 58,88% do volume confinado em 2005.

Considerado os estados, 11 ficam em SP, 8 em GO, 5 no MT, 5 no MS e 5 em MG. Além disso, 18 confinamentos projetaram terminar mais de 10.000 animais em 2006, dentre os quais 9 projetaram mais de 20.000 animais confinados em 2006. Estes 9, juntos, projetaram confinar 327.901 animais, 62,16% do total entre os pesquisados.

Considerando o total de animais confinados pelos projetos levantados, 34,49% ficam em GO, 30,83% em SP, 14,39% no MS, 13,38% no MT e 6,91% em MG.

No total, os 34 projetos levantados estimaram para 2006 terminar 527.519 animais em confinamento. No ano passado, segundo os dados da Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos, os mesmos projetos terminaram 471.955 animais, ou seja, irão crescer 11,77% neste ano. Em relação à projeção estimada na Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos 2005, 7 mantiveram, 15 aumentaram a projeção e 10 reduziram. Em 2 casos, não há projeção anterior. No somatório geral, a projeção caiu 3,65%, o que significa que a projeção foi revista para 20.001 animais a menos. A correção na projeção do número de animais confinados é normal, e vem ocorrendo nas últimas edições da pesquisa. A informação importante é que a produção cresceu.

Entre os confinamentos pesquisados, o estado com o maior crescimento foi o MT, com 33,97% sobre 2005, onde 4 dos 5 confinamentos registraram crescimento. O segundo foi o estado de SP (+28,73%) onde 9 dos 11 aumentaram a produção, e o terceiro foi GO, crescendo 6,45% e 5 de 8 confinamentos aumentando a produção (1 não confinou). Em MG, o volume é praticamente estável (-0,57%), 3 confinamentos aumentaram o volume e 1 não confinou, do total de 5. No MS, houve queda de 11,07% na atividade, com aumento em somente 1 dos 5 confinamentos pesquisados naquele estado. Abaixo, os dados são representados graficamente.

Gráfico 1. Crescimento médio dos confinamentos pesquisados por estado


O volume de animais que já foram terminados pelos confinamentos pesquisados antes de outubro, quando foi iniciado o levantamento, corresponde a 51,66%. Ou seja, entre outubro e dezembro, há um saldo de 48,34%, ou 255.012 animais, sendo que uma parcela pouco representativa não se destina ao abate (PO ou recria).

Entre os confinamentos com projeção para 20.000 animais ou mais, o saldo de animais a ser abatido entre outubro e dezembro é de 45,57%, enquanto nos demais é de 51,54%. Veja no gráfico abaixo o saldo percentual de animais a serem terminados entre outubro e dezembro por estado.

Gráfico 2. Saldo de animais para terminação entre outubro e dezembro


Além de levantar o volume de animais abatidos antes de outubro, a atualização da pesquisa buscou identificar os períodos de saída dos animais desses confinamentos, a partir de outubro. Os dados a seguir são referentes aos animais não abatidos até o início de outubro, ou seja, 48% do total de animais confinados em 2006 por esses confinamentos.

Quando questionados sobre os períodos que irão concentrar a maior ofertar futura, entre outubro e dezembro, classificando os períodos por quinzenas, as duas quinzenas de novembro foram os períodos mais mencionados, seguido pela 2ª quinzena de outubro, 1ª quinzena de dezembro, 2ª quinzena de dezembro e 1ª de outubro, nessa ordem. A freqüência em que determinados períodos são considerados pico de oferta é representada no gráfico 3.

Gráfico 3. Distribuição das freqüências dos períodos de maior oferta, a partir de outubro, nos confinamentos pesquisados


Essa informação também foi estratificada por estado do confinamento, entre os 34 confinamentos pesquisados. Em MG, todos os períodos referidos como pico de terminação compreenderam o intervalo entre o início de outubro e a 1ª quinzena de novembro. Em GO, 55% dos períodos de picos foram citados neste intervalo, no MS 38%, no MT 44% e em SP 52%. Na média geral, 52% das referências de pico se encontram neste intervalo. Vale lembrar que o maior número de confinamentos pesquisados localizam-se em SP (11), e GO (8). MS, MG e MT concentraram 5 confinamentos em cada estado.

Gráfico 4. Distribuição das freqüências dos períodos que concentram maior oferta nos confinamentos pesquisados em GO, a partir de outubro


Gráfico 5. Distribuição das freqüências dos períodos que concentram maior oferta nos confinamentos pesquisados em SP, a partir de outubro


Confinamentos que projetaram confinar 20.000 ou mais consideraram, na maioria das vezes, que a 2ª quinzena de novembro será considerado com pico de oferta, e sem seguida, empatados, a 1ª e a 2ª quinzenas de dezembro. Em tendência oposta, em confinamentos com projeção para menos de 20.000, a 2ª quinzena de outubro e 1ª quinzena de novembro foram as mais citada como pico de terminação. Em seguida a 2ª quinzena de novembro, a 1ª de dezembro e, empatados, 2ª de dezembro e 1ª de outubro com a menor freqüência.

Gráfico 6. Distribuição das freqüências dos períodos que concentram maior oferta nos confinamentos pesquisados por animais projetados para terminação em 2006, a partir de outubro


Clique aqui para responder à pesquisa BeefPoint de confinamentos e semi-confinamentos 2006.

0 Comments

  1. Edson Nilo Padilha Freitas disse:

    Achei interessante este artigo sobre como está a previsão de abate nos confinamentos.

    Através dele, podemos definir sobre a venda ou não de animais neste período, uma vez que a oferta destes confinamentos seguramente irá interferir nos preços do boi gordo, empurrando-os para baixo ou pelo menos mantendo-os estáveis.

    Parabéns à equipe do BeefPoint. Golaço!!

  2. Paulo Colavitti Neto disse:

    Amigos Miguel e Otavio

    Parabéns pelo artigo “Confinamento”, informações necessárias e muito útil, cuja tendência é o crescimento não somente nos estados mencionados e analisados, pois há dois meses tive a oportunidade de conhecer no estado de Tocantins- Gurupi, o inicio de um confinamento inicial 2006 para 10 mil animais, com estimativa para 20/30 mil final de 2007.

    Abraços

    Paulo Colavitti Neto

  3. Reginaldo Santana disse:

    Isso me ajudou bastante para meus negócios, pois tem informações necessárias para que eu tenha sucesso!!!

  4. Clemente da Silva disse:

    Parabéns, Miguel e Otavio, pelo excelente relato.

    Gosto do modo como vocês mostram resultados ou pesquisas, porque são completos e muitíssimo profissional, não deixando margem para dúvidas.

    É esse, o retrato do Brasil confinador de animais para o abate.

    Um país que tem o 2° maior rebanho rebanho bovino do mundo, sendo que detém o título de, o maior rebanho comercial do mundo, e juntando todos os confinamentos oficiais que hoje temos, são menor que o menor entre os quatro maiores dos EUA.

    Por que, com toda a tecnologia que temos hoje, pesquisada internamente ou de Know How importado, não conseguimos deslanchar de vez em duas técnicas que países avançados praticam, mas que em nenhuma parte do mundo existe tão boas condições quanto as que temos aqui, para nos tornamos os maiores e melhores produtores de carne com alta qualidade do mundo, que é através do cruzamento industrial e do acabamento em confinamento?

    Por que insistimos nesse papo furado de “boi verde”, se está claro que qualquer tipo de animal termina muito mais depressa e com muito mais qualidade em confinamentos?

    A resposta é simples e não poderia ser diferente: não há planejamento para nada no Brasil, daí a falta da garantia de oferta de alimentos a preços compensatórios, já que não existe por aqui, aquela indústria agrícola paralela, cuja especialidade é produzir alimentos em escala, para atender grandes demandas de consumo.

    Um determinado empresário, resolve que vai investir em cofinamento de bois para o abate e dá inicio às atividades, prepara a infraestrutura, procurar animais, e já depara com as primeiras dificuldades; não encontra padrão, nem quantidade.

    Depois, não encontra alimentos protéicos e energéticos em quantidade e com a devida qualidade, num raio de distância que compense o transporte e se encontra, os custos são proibitivos, já que não há competitividade nesse segmento.

    Produzir alimentos na propriedade, nem pensar, uma vez que demandaria um investimento muito alto em maquinaria específica e que ficaria ociosa por longo tempo durante o ano.

    Por fim, o confinador se vê obrigado a tratar seus animais, até com esterco de frangos, quando encontra, porque alguns espertinhos dizem que é riquíssimo em proteínas e altamente energético!

    O Brasil é um país que precisa acordar do sono eterno em berço esplêndido e começar a planejar o seu futuro.

    Somos nós os responsáveis por esse futuro.

    O brasileiro, precisa trabalhar melhor, planejar melhor para desfrutar melhor a graça de ter nascido no paraíso que é esse país.

  5. wilson oslis sanches lucas disse:

    Realmente muito bem realizada, pois os preços estão acompanhando essa oferta reduzida no inicio com preços altos pela falta e com preços reduzidos pelo excesso de ofertas. Pena que o resultado foi mostrado ou vi muito tarde, e perdemos o pico de preços. Parabéns.

  6. Carlos Tomaz Corrêa Magalhães disse:

    Faço coro com o colega leitor Wilson Oslis Sanches Lucas: “Pena que o resultado foi mostrado ou vi muito tarde”. Realmente o nível de detalhamento foi excelente e teria um potencial de gerar planejamento na atividade muito grande, mas o artigo chegou um pouco atrasado e os analistas dos frigoríficos são bem mais preparados para pescar informações dispersas no mercado do que os pecuaristas.

    Mas que estas palavras não soem como desalento para os Srs Miguel e Otavio e sim que os incentivem a agir como analistas e não como historiadores. A diferença entre os dois é que os últimos contam uma história e os primeiros convergem dados dispersos em informações que viabilizem aos tomadores de decisões mudarem os cursos de seus empreendimentos no tempo certo.

    “Ponham o despertador para um pouco mais cedo”, de resto: parabéns pela pesquisa.

  7. Hélio Povoas Souto Filho disse:

    Parabéns pelo trabalho, mas vocês poderiam não apenas se prender ao estados da região sul, pois já que o nordeste também tem um grande potencial tanto na produção de carne quanto de leite.

    Um grande abraço