Projeções para o mercado de carne bovina e vitelo na UE até 2012, segundo estudo da Comissão de Agricultura do bloco, apontam para uma demanda crescente pelo produto importado para fazer frente à produção decrescente. O cenário revela oportunidades para os países exportadores de carne bovina, não apenas pela demanda crescente, mas por uma queda acentuada nas exportações.
Dentre as hipóteses consideradas nas projeções, o estudo assume que em 2012, os pagamentos diretos à produção (subsídios) serão cortados em 100% na produção de leite e 78% para a produção de carne, devido à opção de muitos países ao sistema pagamento por fazenda (pecuarista recebe por fazenda e não mais por animal).
É importante observar que o rebanho leiteiro tem grande participação na produção de carne bovina na UE. Com a implementação da nova PAC e do sistema de cotas leiteiras, este está sendo gradualmente reduzido.
A partir de 2003, pela primeira vez em vinte anos, produção de carne bovina e vitelo na UE esteve abaixo do consumo, o que é atribuído à três fatores: diminuição do rebanho leiteiro, redução dos gastos com subsídios à produção e impacto direto da crise da EEB em 1996 e 2001. Além disso, um aumento esperado nos preços dos cereais usados na alimentação animal deverá desestimular a produção intensiva.
Tudo isso faz com que haja uma queda esperada na produção de carne bovina, de aproximadamente 7,9 milhões de toneladas em 2005, para cerca de 7,6 milhões de toneladas em 2012, representando 5,43%.
O consumo deve permanecer estagnado em cerca de 8 milhões de toneladas de carne bovina e vitelo por ano. O impacto da EEB no consumo pode ser facilmente observado nos anos de 1996 e, depois, em 2001. Somente próximo a 2003 este se recupera, atingindo o patamar anterior às crises.
As importações, por sua vez, deverão chegar a 628.000 toneladas em 2012, enquanto em 2005 foram de 549.000 toneladas, representando crescimento de cerca de 12%, notadamente para cortes de boa qualidade provenientes da América do Sul.
As exportações do bloco deverão cair fortemente, influenciadas pela baixa oferta no mercado interno e pela baixa competitividade (atribuída ao Euro valorizado e preços internos elevados), chegando à 101.000 toneladas em 2012, queda de 62% em relação a 2005, que foi projetado em 266.000 toneladas.
A adesão de 10 novos Estados-membros em maio de 2004 teve um impacto limitado no mercado de carne bovina, uma vez que estes países respondem por apenas 8% da produção e 6% do consumo de carne bovina e vitelo.
O gráfico abaixo representa a evolução esperada desse mercado, de 1991 até 2012.
Gráfico 1: projeções para o mercado de carne bovina e vitelo na UE (milhões de toneladas) de 1991 a 2012.
A tabela abaixo relaciona a evolução deste mercado para os países da UE-15 e para os 10 novos Estados-membros da UE-25. O consumo per capita de carne bovina e vitelo deverá sofrer uma leve queda, de 17,9 kg/pessoa em 2005 para 17,5 em 2012. Este é consideravelmente maior nos 15 países da UE anteriores à 2004 (UE-15).
Tabela 2: Produção, consumo e comércio de carne bovina e vitelo na UE
Bibliografia consultada
COMISSÃO EUROPÉIA (2005)Prospects for agricultural markets and income 2005-2012. Disponível em http://europa.eu.int/comm/agriculture/publi/caprep/prospects2005/index_en.htm. Acesso em 21 fev. 2005.