A decisão da União Européia (UE) de suspender as importações de carne bovina do município de Sete Quedas, localizado na fronteira de Mato Grosso do Sul com a província de Canindeyú, no Paraguai, onde há foco de aftosa, não surpreendeu o governo brasileiro.
Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rui Vargas, o próprio ministério, em conjunto com o governo do MS, já havia proibido a saída de animais e produtos da cidade. A importação da carne desossada da região de Sete Quedas à UE, produzida antes de 31 de outubro, continua autorizada.
Vargas diz que esta é uma medida de rotina, conforme as regras do Código Zoosanitário Internacional, uma vez que parte da localidade brasileira encontra-se dentro do raio de 25 quilômetros delimitado como zona de segurança máxima para evitar todo risco de contaminação pelo vírus da doença.
O diretor do Departamento de Defesa Animal do Mapa, João Cavalléro, disse que a decisão tem pequeno impacto sob o ponto de vista econômico porque não há frigoríficos em Sete Quedas. Além disso, há somente cerca de 100 mil animais em 160 propriedades cadastradas, o que corresponde a 0,5% do rebanho bovino sul-matogrossense, que é de 23 milhões de cabeças. Segundo Cavallero, a expectativa é que a suspensão seja levantada em 60 dias, conforme o Paraguai for tomando as medidas exigidas pelo Escritório Internacional de Epizootias (OIE) para combater os focos.
Sorologia
Técnicos paraguaios já estão coletando amostras de sangue do rebanho das fazendas próximas da área do foco de febre aftosa, na fronteira com Mato Grosso do Sul, para avaliar se o vírus atingiu outros animais daquela região.
Famasul
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Léo Brito, declarou que a proibição da exportação de carne da região de Sete Quedas para a União Européia em nada afeta a economia do Estado. “O município de Sete Quedas não tem frigorífico de exportação. Além disso, a produção de gado bovino daquela região é toda absorvida pelo mercado interno, ainda mais na época da entressafra, quando o produto se torna escasso”, avaliou.
Brito ressaltou que o Governo Federal já havia se antecipado e avisado à comunidade européia sobre a possibilidade de restrição das importações de carne da região de Sete Quedas. Ele ressaltou que o esforço integrado do Brasil e Paraguai em eliminar o vírus da aftosa do território paraguaio irá regularizar a situação em poucos meses.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Gecy Belmonte), Correio do Estado/MS (por Rosana Siqueira), Assessoria de Imprensa da Famasul (por Lívia Ferreira) e Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint