O Conselho Veterinário da União Européia deve anunciar hoje o resultado da inspeção sanitária que foi realizada no gado argentino, concluída no dia 29 do mês passado. Os produtores argentinos esperam que o informe da comissão seja feito de forma oral e não por escrito, já que essa via é considerada mais rápida e, se for favorável, o embarque de carne fresca poderá ser retomado a partir de janeiro, quase um ano depois que a União Européia decidiu suspender a importação de carne argentina por causa do reaparecimento de febre aftosa.
Caso o informe seja feito por escrito, a análise deve exigir mais tempo. Nesse caso, os produtores acreditam que o embarque de carne poderia ficar apenas para a segunda quinzena de fevereiro. “Será um atraso mais do que significativo para os produtores, dada a crise pela qual passa o setor”, afirmaram representantes agropecuários argentinos.
Dados divulgados pela Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra) mostram que as exportações de carne com osso este ano, que foram prejudicadas por causa da aftosa, devem chegar a 190 mil toneladas, com receita estimada de US$ 400 milhões. Se comparados com os números de 2000, quando a aftosa parecia estar totalmente controlada no país, a queda nas vendas externas deve ser de 57%, e na receita de 66%.
Outro dado preocupante para os produtores argentinos de carne é a forte retração no consumo per capita de carne na Argentina. De acordo com a Ciccra, há dois anos os argentinos consumiam entre 90 e 95 quilos por ano. Hoje, o consumo por habitante não passa de 62 a 65 quilos por ano. Por isso, a reabertura do mercado europeu passou a ser primordial para o setor.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Vladimir Goitia), adaptado por Equipe Beefpoint