fechamento 11:50 – 21/01/02
21 de janeiro de 2002
Reino Unido recupera status de livre de aftosa sem vacinação
23 de janeiro de 2002

União Européia suspende restrições às carnes inglesas

A Comissão Européia concordou em retirar o embargo a algumas restrições feitas às exportações britânicas de carnes, de acordo com o Department for Environment, Food and Rural Affairs (Defra).

O Comitê Veterinário da União Européia concordou em retirar todas as restrições e controles relativos à exportação de suínos vivos. No entanto, as exportações de ovelhas vivas continuam embargadas.

O anúncio ocorreu após a Inglaterra ser declarada oficialmente livre da febre aftosa, 11 meses após o aparecimento da doença no país.

Entretanto, o Parlamento Europeu anunciou que irá abrir uma sindicância pública sobre a epidemia, mesmo com as várias sindicâncias que estão em curso na própria Inglaterra.

O setor de carnes e o governo inglês estão ansiosos para conseguir a confirmação do status de livre de febre aftosa perante a comunidade internacional.

O Comitê também decidiu que as exportações de gado para a Irlanda do Norte também serão permitidas.

Além disso, também concordou em remover os controles especiais relativos às exportações de carne fresca e produtos oriundos de carne. Estas exportações poderão agora originar de qualquer lugar da Inglaterra, disse o Defra.

O Ministro da Agricultura inglês, Lord Whitty, classificou a notícia como excelente. “Estou satisfeito que a Comissão Européia e outros estados membros reconheceram a necessidade das exportações britânicas serem retomadas o mais breve possível”, disse. Acrescentando que a decisão é particularmente bem vinda pois ocorreu antes do que era estatisticamente previsto.

A sindicância do Parlamento Europeu a respeito da febre aftosa irá durar um ano. Um comitê irá ouvir testemunhos de cientistas e políticos.

O governo da Holanda, que usou um programa de vacinação limitado, ao invés de sacrifício dos animais, para conter a doença no seu país, já concordou em dar seu depoimento. O Comitê não terá o poder de forçar o aparecimento de suas testemunhas. Segundo tem sido reportado, a sindicância poderá causar um embaraço ao governo inglês, devido ao uso do sacrifício em massa para conter a doença, que deverá ser criticado.

Entre outras medidas, o Comitê deverá examinar se o controle nas importações de carnes de países de fora da União Européia é rigoroso o suficiente para impedir que a doença ocorra novamente no continente europeu.

Requerimento à OIE

A Inglaterra irá solicitar, nesta semana, o status de livre de febre aftosa, com o objetivo de acabar com às sanções comerciais impostas ao país, devido ao aparecimento da doença.

Na semana passada, a Inglaterra declarou que a região estava livre da doença. Segundo a Embaixada Inglesa de Paris, quatro representantes do Defra chegarão na terça-feira à cidade para formalizar o pedido de reconhecimento do status de livre de febre aftosa junto à Organização Internacional de Epizootias (OIE).

Um porta voz da OIE disse que a comissão que irá avaliar o assunto, que estará se reunindo todos os dias desta semana para considerar os pedidos de países que desejam alterar seu status em relação à febre aftosa, poderá dar um parecer sobre o requerimento da Inglaterra até o final da própria terça-feira.

Isso abre a possibilidade da Inglaterra poder retomar suas exportações de carnes e produtos lácteos para países não europeus, sem necessidade de vacinação.

No entanto, a Britain’s National Farmers’ Union (NFU) disse que o país poderia enfrentar um novo surto da doença caso não sejam reforçadas as defesas contra as importações ilegais de carnes, que, segundo a entidade, teriam causado o surto de aftosa do ano passado, além de outros problemas sanitários.

O surto da doença ocorrido no país, iniciado em fevereiro de 2001, teve 2.030 focos, causou o sacrifício de milhões de animais e resultou em custos acima de um bilhão de libras.

Austrália

O Australian Quarantine and Inspection Service (AQIS) mencionou, na sexta-feira passada, que as restrições às importações de carnes da Inglaterra não serão suspensas até a OIE verificar se o país realmente está livre de febre aftosa.

A decisão ocorreu mesmo após a União Européia ter suspendido as restrições às exportações de carnes da Inglaterra.
Além disso, mesmo após a OIE dar um parecer favorável, as autoridades australianas disseram que irão apenas liberar a entrada de produtos lácteos da Inglaterra no país.

Carston Creagh, do AQIS, disse que nos próximos meses haverão mais produtos retornando ao mercado australiano, mas serão ainda alvo de restrições severas, como tempo de tratamento dado aos produtos lácteos, por exemplo e que estes sejam originados de rebanhos livres da doença.

Fonte: BBC News, Reuters e Just-food, adaptado por Equipe BeefPoint

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