As perspectivas de consumo de carne na próxima década são "muito favoráveis" e "nenhum elemento poderia prever o atual cenário de preços e de mercados", disse o vice-presidente das Cooperativas Agrárias Federadas do Uruguai, Roberto Benia. "A demanda subirá mais que a oferta e, por isso, o efeito sobre os preços deverá ser ligeiramente positivo".
As perspectivas de consumo de carne na próxima década são “muito favoráveis” e “nenhum elemento poderia prever o atual cenário de preços e de mercados”, disse o vice-presidente das Cooperativas Agrárias Federadas do Uruguai, Roberto Benia.
Segundo o dirigente, um dos produtores uruguaios que participou do Congresso Mundial de Carne na África do Sul, na próxima década, está previsto que o consumo de carnes subirá em 21%, mas principalmente nos próximos três anos, a previsão é de que o aumento do consumo seja maior do que a oferta.
“A demanda subirá mais que a oferta e, por isso, o efeito sobre os preços deverá ser ligeiramente positivo”.
O crescimento da demanda se centrará, fundamentalmente, “na China, Rússia e em países da América Latina” e não tanto na União Européia (UE). Segundo ele, nenhum dos elementos percebidos no Congresso Mundial “faria prever o cenários a que estamos voltando”.
Benia reclamou “maior transparência em toda a cadeia de carnes”. Ele disse que se houvesse transparência na cadeia de carnes, ninguém poderia apoiar o abate de novilhos gordos de 400 e 410 quilos, que estiveram comendo grãos por três meses e que estariam prontos para ser industrializados dentro de um mês e meio, fora do Uruguai. “Essa matéria-prima se vai e não é possível gerar mais valor no país”, admitiu. Hoje, a exportação de gado em pé, para os produtores, converteu-se na única opção para manter o valor de seu gado.
No entanto, o preço da tonelada média de carne exportada continua a subir. Segundo os dados estatísticos do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), na semana de 14 a 20 de setembro, a carne bovina chegou a US$ 5.056. O preço médio entre primeiro de janeiro e 20 de setembro de 2007 foi de US$ 2.061 por tonelada, enquanto no mesmo período de 2008, o preço da tonelada subiu para US$ 3.362.
O Uruguai tem mercados suficientes para vender suas carnes e as barreiras circunstanciais na Rússia não implicam em um desmoronamento das exportações. “Na pior das hipóteses, temos a vantagem de estar no melhor momento”, disse o vice-presidente do INAC, Fernando Pérez Abella.
Segundo ele, a estratégia de mercados que o Uruguai tem hoje “permite escolher o destino mais conveniente. Parece um paradoxo, mas os frigoríficos acabaram de cumprir com a cota aos Estados Unidos, onde se paga uma tarifa preferencial e deverão se voltar mais a este mercado”.
“A Rússia tem essas baixas”, disse Abella. Neste sentido, ele disse que os importadores russos não comprarão mais carne dos EUA e isso deixa o Uruguai quase como o único fornecedor.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.