As exportações de carne bovina da Argentina deverão atingir 720 mil toneladas em 2006, um dos maiores volumes da história do país, segundo o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Buenos Aires.
Neste ano as exportações devem ficar em 700 mil toneladas. O país é o terceiro maior exportador de carne bovina do mundo, atrás do Brasil e da Austrália. Em 2004 as vendas atingiram 478 mil toneladas.
De acordo com relatório publicado pelo adido no site do Serviço Agrícola Internacional (FAS), do USDA, se a estimativa para 2006 for alcançada, será a maior exportação dos últimos 25 anos, resultado do aumento da rentabilidade do setor, da forte demanda mundial por carnes e da contínua abertura de novos mercados para a Argentina.
Embora os maiores exportadores argentinos estejam operando perto de sua capacidade máxima, há ainda espaço para aumento das vendas, diz o adido.
Os investimentos no setor, especialmente no aumento da capacidade de processamento, não foram significantes na última década, mas os processadores ainda podem usar o resto da capacidade instalada e desviar parte da produção destinada para o mercado doméstico para as exportações. Na média, os maiores frigoríficos enviam 60% da produção para o exterior.
O país conseguiu resolver seus problemas com a febre aftosa, que fechou muitos mercados há três anos e nunca teve casos de “vaca louca”. Tal status sanitário tem aberto novos mercados para a carne argentina. No primeiro semestre deste ano as exportações atingiram 242 mil toneladas, 70 mil a mais que no mesmo período do ano passado. As exportações para a Rússia aumentaram igualmente 70 mil toneladas. União Européia (UE), Chile, Israel são outros mercados que tornaram-se importantes para a Argentina.
O USDA adverte, entretanto, que a boa perspectiva para as exportações argentinas pode não se realizar se Canadá e Estados Unidos conseguirem reabrir alguns mercados importantes como o do Japão e da Coréia do Sul. Ambos enfrentam problemas por conta do aparecimento de casos de “vaca louca” em seus rebanhos.
A produção de carne bovina na Argentina deve ficar estável em três milhões de toneladas, segundo o adido. Os abates devem ter uma ligeira queda, mas o peso da carcaça deverá ser maior que em 2005, devido a uma determinação recente do governo que proíbe abate de bois com menos de 300 quilos.
O consumo doméstico também deve ficar estável em 2,3 milhões de toneladas. Portanto, qualquer ganho de produção deverá ser destinado à exportação, diz o adido do USDA.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Ana Conceição), adaptado por Equipe BeefPoint