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Uso de touros testados e com CEIP ganha importância

“Há dez anos, a idade média de abate dos bovinos era superior a 48 meses. Atualmente, quem não consegue terminar o animal com menos de 36 meses pode não saber, mas está perdendo dinheiro”. A afirmação é de Maria Lúcia Abreu Pereira, proprietária da Fazenda Mariópolis, em Itapira, SP, projeto de seleção das raças adaptadas Caracu, Bonsmara e Senepol.

Segundo Maria Lúcia, a constante busca por animais com eficiência reprodutiva, alta produtividade, precocidade e qualidade de carne é um termômetro do mercado para a aquisição de genética superior, provada, destinada à produção de carne de qualidade a menor custo.

A Fazenda Mariópolis realiza anualmente teste de performance produtiva e reprodutiva dos touros de seu plantel, avaliando as características de ganho de peso, fertilidade, carcaça (escores visuais de conformação, precocidade e musculosidade), aprumos, cascos e adaptabilidade (espessura do couro, infestação de carrapatos, tipo e comprimento do pêlo).

No último teste, finalizado em outubro de 2003, foram aprovados 41 tourinhos entre 121 avaliados. “Oferecemos ao mercado genética provada a campo, com garantia de retorno econômico”, ressaltou Maria Lúcia.

Outra vertente da seleção genética é representada por animais com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), selo concedido pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a poucos projetos pecuários.

Para se credenciarem ao CEIP, os programas de melhoramento genético precisam cumprir uma série de exigências técnicas estipuladas pelo Mapa e apenas os 20% melhores animais de cada safra podem ser credenciados. Os produtos com CEIP têm tratamento fiscal idêntico aos animais puros.

“Trata-se de uma garantia para os pecuaristas, uma vez que, com o CEIP, eles têm certeza de adquirirem genética de qualidade comprovada pelas fazendas, com a chancela do governo federal”, ressaltou Ian Hill, gerente-geral da Jacarezinho, em Valparaíso, SP, que seleciona gado Nelore e Braford. A Jacarezinho é integrante da Conexão Delta G (Nelore, Polled Hereford e Braford) e já emitiu mais de 21 mil certificados.

De acordo com Hill, não basta ao projeto pecuário querer ter o CEIP. “É preciso merecê-lo. Para isso, é fundamental cumprir uma série de exigências, principalmente o caráter melhorador. Em outras palavras, animal com CEIP é provado pelo projeto pecuário e com aval do Mapa. São esses animais que ajudam os pecuaristas a ter o que mais almejam, ou seja, retorno econômico”, completou Hill.

Compartilhar esses reprodutores também é importante para os grupos que trabalham com CEIP. Em 2003, por exemplo, a Agropecuária CFM, em São José do Rio Preto, SP, que desenvolve projetos com Nelore e Montana, comercializou quase dois mil animais com o certificado.

Para Fábio Dias, diretor de Pecuária da CFM, esse número indica que os produtores têm, aos poucos, aderido aos animais com certificado. “Todo pecuarista que administra seu negócio como atividade empresarial sabe que o aumento da eficiência produtiva resulta da combinação de estratégias de alimentação e potencial genético. Dessa forma, o uso de touros geneticamente qualificados, capazes de promover a melhora permanente do padrão zootécnico das populações animais, na direção da precocidade reprodutiva e de acabamento, constitui objetivos e metas para a produção de novilhos precoces com o objetivo de aumentar lucratividade (renda líquida) da atividade pecuária”, afirmou Dias.

O Mapa realiza, periodicamente, auditorias para averiguar se os programas de melhoramento genético têm atendido à legislação e se encontram em conformidade com a documentação enviada. O Programa de Identificação e Avaliação de Novos Touros (PAINT), da central de inseminação Lagoa da Serra, em Sertãozinho, SP, acaba de passar por essa avaliação oficial.

“Foram avaliadas a infra-estrutura do banco de dados do programa, o método de seleção e índices genéticos, ponderações, critérios utilizados para pesagem, contrato e credenciamento dos parceiros no Ministério, manual operacional e de procedimentos e emissão de CEIP”, explicou Maurício Lima, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Lagoa.

Ele assinalou que o pecuarista brasileiro conta com genética de primeira linha para aumentar a taxa de desfrute do rebanho, mas, no momento da aquisição dos touros melhoradores, deve fazer algumas avaliações importantes, como saber quais os critérios utilizados nas avaliações genéticas, se os touros são provados a campo, quais os índices produtivos dos animais e o compromisso do fornecedor com os resultados produtivos. “Dessa forma, consegue-se adequar as compras à necessidade dos projetos pecuários, conseguindo maior retorno econômico por meio dos ganhos de produtividade proporcionados”, assinalou Lima.

Fonte: Assessoria de Imprensa, adaptado por Equipe BeefPoint

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