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Utilização de resíduos do processamento do milho verde como fonte de volumoso para bovinos de corte

O resíduo da industrialização do milho verde para conserva é composto por sabugos, palhas, pontas de espigas e espigas refugadas. Vale lembrar que o resíduo a ser abordado nesse texto não se refere aos resíduos obtidos na colheita do milho, que apresenta alta concentração de fibra e baixo conteúdo de nitrogênio total, reduzindo a digestibilidade e o consumo voluntário dos animais (HENRIQUE e BOSE, 1995).

A produção anual de resíduos da industrialização do milho verde para conserva gira em torno de 120.000 ton/ano, sendo a região de Goiânia a principal produtora com as indústrias ARISCO ® e QUERO ®. Após sair da indústria, o resíduo é picado podendo ser usado in natura ou armazenado na forma de silagem. O resíduo da industrialização do milho verde é utilizado como fonte de volumoso para bovinos de corte em confinamento.

A composição bromatológica do resíduo do beneficiamento do milho verde varia de acordo com o tipo de híbrido utilizado, adubação aplicada e padrão de qualidade do produto elaborado pela indústria. De acordo com a qualidade especificada pela indústria ao produto final, o resíduo de industrialização pode conter de 30 a 50% de grãos. Na tabela 1 é apresentada uma composição média desse resíduo. A fibra constitui a maior parte do resíduo, sendo muito importante a avaliação da qualidade dessa fibra, tanto in natura como no material ensilado.

TABELA 1. Composição bromatológica do resíduo do beneficiamento de milho verde

Tabela 1

Fonte: ROSA, B. (1999)

Conservação

Por ser um resíduo úmido, o método mais indicado para a sua conservação é a ensilagem. Há possibilidade de utilização de aditivos para a melhora da qualidade do produto obtido após a abertura do silo. Pode-se utilizar produtos como o melaço, uréia, polpa cítrica, e outros.

Digestibilidade

OKAMOTO et al. (1988) avaliaram a digestibilidade da silagem de resíduo de beneficiamento de milho verde utilizando ovinos da raça ideal. Os animais tiveram uma ingestão média de 22g MS/Kg PV0,75, com a silagem sendo fornecida junto com farelo de soja para ajustar o teor protéico para 8,5%. Os valores médios de digestibilidade obtidos estão na tabela 2.

TABELA 2. Digestibilidade da silagem de resíduo de milho verde

Tabela 2

Fonte: OKAMOTO et al. (1988)

Desempenho animal

ORSINE et al. (prelo), citado por ROSA, B. (1999) avaliaram o desempenho de bovinos (cruzamento industrial), com peso inicial de 294,9 kg durante 94 dias, sendo 20 dias de adaptação e 74 de avaliação. Os animais receberam, além do resíduo in natura, um concentrado constituído de milho triturado, farelo de soja e mistura mineral na quantidade de 1% PV/dia. Os animais apresentaram um consumo médio de 11,07 Kg de MS/dia, conversão alimentar de 7,57 Kg MS/KG ganho e um ganho médio no período de 1463g/animal/dia.

O resíduo do beneficiamento de milho se mostra uma interessante alternativa de volumoso para bovinos, nas propriedades próximas às indústrias beneficiadoras de milho.

Referências bibliográficas:

ROSA, B. Aproveitamento de resíduos agroindustriais na alimentação de bovinos de corte. In: Simpósio Goiano sobre produção de bovinos de corte. p. 153-161, 1999.

HENRIQUE, W. e BOSE, M.L.V. Milho e sorgo. In: Simpósio sobre nutrição de bovinos., p. 229-258, 1995.

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