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Anticorpo é uma esperança para o tratamento da versão humana da doença da ‘vaca louca’

Anticorpos que “curaram” células de ratos do ‘scrapie’, estão aumentando as esperanças dos pesquisadores de que pessoas infectadas com a forma humana da doença da ‘vaca louca’ (nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob – nvCJD), possam um dia ser tratadas. Até agora, 100 pessoas já morreram dessa doença e os epidemiologistas informam que milhares de outras pessoas podem vir a apresentar a enfermidade, de forma que a descoberta de um tratamento eficaz é extremamente urgente.

Porém, os cientistas estão cientes de que devem evitar levantar falsas esperanças. “Os testes foram feitos com culturas de células, de forma que faz-se necessário testarmos se o mesmo efeito ocorre nos animais, bem como nos seres humanos”, disse Charles Weissmann, que encabeça a pesquisa, feita pela Unidade de Prion do Conselho de Pesquisas Médicas do Hospital St Mary, em Londres (Inglaterra).

Weissmann fez um cultivo de células no laboratório, e o infectou com cepas do ‘scrapie’ dos ratos, a fim de mimetizar a nvCJD. Como esperado, as células começaram a produzir os prions (PrPSc) – proteínas – normalmente produzidas pelas células do corpo, especialmente do cérebro – que, na presença da doença, são produzidas de forma anômala. O prion é o responsável pela ocorrência da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da ‘vaca louca’ nos bovinos, e nos humanos, pela nvCJD.

Porém, quando Weissmann expôs as células infectadas ao anticorpo 6H4, cessou-se a produção dos prions. As células voltaram a ser saudáveis por pelo menos 6 semanas após o tratamento com o anticorpo.

Destruindo o indestrutível

Além disso, ocorreu um efeito inesperado – mas muito positivo – nas células tratadas com o anticorpo. Os prions que tinham se acumulado no tecido celular antes do tratamento desapareceram também. Esse efeito é realmente surpreendente, uma vez que até então os prions tinham se mostrado como moléculas indestrutíveis. “Isso significa que, ao contrário do que todos pensavam, o PrPSc não é tão estável.”

A ação do anticorpo 6H4 é bloquear a versão normal do prion. Isso reforça a teoria que diz que é através do contato físico com a proteína normal que o prion infecta as células, e replica-se dentro da mesma.

Apesar desses resultados extremamente encorajadores, Weissmann teme que esse tratamento não funcione em pessoas. “O próximo passo é testá-lo em ratos”, disse ele. Caso o tratamento funcione nos animais, os cientistas precisarão desenvolver um anticorpo diferente que atue na proteína humana. Depois disso, os pesquisadores terão que descobrir uma forma de administrar os anticorpos no cérebro das pessoas, o que não é uma tarefa simples. Porém, Weissmann disse que pesquisas similares estão sendo feitas para o tratamento da doença de Alzheimer – neurodegenerativa e progressiva – que começaram a apresentar resultados interessantes, fato que encoraja a tentativa do tratamento para a nvCJD.

fonte: NewScientist.com, adaptado por Equipe BeefPoint

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