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Valorização das commodities puxa preço das terras

A valorização das commodities neste começo de ano e a retomada do interesse de investidores internacionais, que voltaram a prospectar negócios, repercutiram favoravelmente no mercado. A média nacional do preço do hectare, que ensaiou retração na virada de 2008 para 2009, surpreendeu com registro de alta.

Nada de crise no preço das terras. A valorização das commodities neste começo de ano e a retomada do interesse de investidores internacionais, que voltaram a prospectar negócios, repercutiram favoravelmente no mercado. A média nacional do preço do hectare, que ensaiou retração na virada de 2008 para 2009, surpreendeu com registro de alta.

De acordo com o mais recente Relatório de Terras, divulgado bimestralmente pela consultoria AgraFNP, o preço médio do hectare no país alcançou o recorde nominal de R$ 4.373. No último bimestre do ano passado, a cotação era de R$ 4.330, menor que os R$ 4.341 de setembro/outubro.

Jacqueline Bierhals, gerente da AgraFNP, aponta a volta do investidor estrangeiro, que se retraiu no fim de 2008, como um dos principais fatores para a valorização. Segundo ela, no começo deste ano, comitivas de empresários chineses, americanos, alemães e holandeses visitaram as principais regiões produtoras de grãos do país.

Ainda de acordo com a AgraFNP, a recuperação dos preços agrícolas devolveu vigor ao mercado de terras. A valorização da soja na Bolsa de Chicago no primeiro bimestre, em relação aos dois meses anteriores foi de 1,95%. No mercado interno, chegou a 7,45%, afirma Bierhals.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, afirma que era de esperar outro comportamento do mercado. A expectativa era a de quedas abruptas no valor do hectare, principalmente pelas restrições de crédito, capazes de inibir o financiamento para a aquisição de novas áreas. “Mas, com a soja na faixa de R$ 40 a R$ 42, a saca e produtividade de 50 sacas por hectare, é possível obter renda acima do custo de produção”, diz o presidente da Rural. Com isso, tornou-se natural que o preço da terra se sustente.

Ramalho ressalva que a valorização, no entanto, não se dá em todos os lugares. Frederico Fonseca Lopes, sócio da Markestrat, centro de pesquisas de Ribeirão Preto (SP), afirma que no interior paulista há poucos negócios, principalmente em áreas destinadas para a citricultura e a cana-de-açúcar, lavouras que já passaram por períodos de preços mais favoráveis.

A matéria é de Gitânio Fortes, publicada na Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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