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Vendas de carnes para o exterior crescem em volume e receita

Enquanto no mercado interno o setor de carne bovina segue amargando baixas, no externo, o cenário é outro. Análise feita pela assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) mostra que, de janeiro a agosto deste ano, o volume embarcado do produto cresceu 27,11% na comparação com o mesmo período de 2017. Em receita, a alta é de 30,66%.

Para o economista Antônio da Luz, a avaliação é de que, se mais frigoríficos do Rio Grande do Sul fossem habilitados para exportar, o cenário seria de alta.

“Os preços hoje estão muito baixos. Caíram para o produtor e para o consumidor”, afirma, com base na análise de dados do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicos (Iepe) da UFRGS, contrapondo levantamento na Capital que, como mostrou a coluna na última semana, registrou alta em sete de 10 cortes pesquisados.

O cruzamento feito pelo economista de dados do preço no varejo e ao produtor nos últimos cinco anos mostra que, de janeiro de 2013 a junho de 2016, as duas variáveis vinham em ascensão. Naquele mês, no entanto, houve uma inflexão, com os preços começando a cair. Se comparados os valores médios de agosto deste ano com os de junho de 2016, quando houve a inversão da curva, há queda de 5% para o consumidor e de 12% para o produtor.

“Daqui até outubro será o fundo do poço (em razão da necessidade de tirar o gado das áreas que serão cultivadas com soja). Está caindo porque não conseguimos exportar mais”, disse o economista.

Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes do RS (Sicadergs), diz que a alta nas exportações deve-se à baixa no preço do boi. E pondera que o mercado externo “é complicado de entrar”:

“Frigoríficos que têm baixa escala não entram porque têm medo de não conseguir cumprir contrato.”

O dirigente ressalta que, para a indústria, o atual panorama também é muito ruim. A crise, reforça, pode desestimular produtores.

“O embargo da Rússia à carne suína e a sobretaxa da China às aves ampliaram a oferta no mercado interno desses produtos. Com isso, o pessoal deixa de comprar a bovina, porque acha que está cara”, acrescenta.

Fonte: Zero Hora.

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