Confira a entrevista feita por Miguel Cavalcanti com Berlota Joaquina, chef especializada em churrasco e vencedora do reality show, BBQ Brasil, como melhor churrasqueira do país. Ela é nutricionista e disse que, depois que entrou no mundo do churrasco, viu que a nutrição podia ser aplicada de várias formas.
“É uma tendência minha entender todo o processo da carne, desde o manejo do gado até o que vou estar fornecendo ao meu cliente. Nessa de conhecer um pouco mais sobre o manejo do gado, sobre a nutrição, e o quanto isso influencia no produto que eu trabalho como chef, vi que a nutrição humana se aplica muito na nutrição animal. Dentro da parte da gastronomia, consigo avaliar e entregar uma carne de acordo com o que o cliente espera.”
Berlota fez Gastronomia em Londres, na escola Le Cordon Bleu. “O churrasqueiro, de uma forma geral, se preocupa com a carne e talvez uma forma mais simples de preparar, que é o fogo. Então, eu consigo elaborar alguma coisa a mais, talvez na questão dos acompanhamentos ou até mesmo na hora da preparação, colocar outros utensílios trazendo da gastronomia para o churrasco, apresentando outras formas de se consumir a carne, mas utilizando também a churrasqueira, o fogo.”
Sobre a parte técnica da gastronomia, com embasamento científico, ela disse que usa várias técnicas, como por exemplo, não colocar a carne saída direto da geladeira na churrasqueira, mas sim, em temperatura ambiente. “Isso ajuda em uma cocção mais uniforme.”
Sobre a brasa da churrasqueira, ela disse que há alguns pontos a se considerar. “Depende do ponto que você quer. Para os pontos mais crus, você precisa de uma brasa mais forte, porque você só vai realmente cozinhar a carne por fora. Agora, quando a brasa é muito forte e você quer cozinhar um pouco mais a carne por dentro, você não consegue, porque queima a parte externa para conseguir cozinhar a parte interna.”
Ela disse que para o grelhado normal, mal passado, o que se costuma fazer e colocar a mão sobre a brasa e contar os segundos. “A gente considera uma brasa boa para grelhar quando consegue contar até cinco e, no cinco, ja não consegue mais deixar a mão.”
Sobre a vitória no BBQ Brasil, ela disse que seu maior diferencial foi saber sobre a teoria e a química, que permitiu um maior domínio do preparo das carnes. “E um pouco do conhecimento do que combina com o que. Não só a carne eu preparava bem, mas eu também me preocupava com o acompanhamento.”
Sobre a invasão de mulheres na churrasqueira, ela disse que culturalmente, a mulher sempre dominou a cozinha. No caso do churrasco, os homens sempre se preocuparam com a carne, mas os acompanhamentos sempre ficavam por conta das mulheres. “Agora, a mulher está mostrando que também sabe pilotar a churrasqueira, com maestria.”
Sobre o Capital Meating, evento que será realizado em Brasília de 21 a 23 de abril, ela disse que percebeu que o mundo de quem produz carne é muito distante do mundo de quem prepara a carne. “Uma das ideias do Capital Meating foi juntar esses dois mundos em um evento só.” Assim, ela disse que espera aprender mais sobre a parte da pecuária.
Ela diz que há muita gente entrando no mercado de carnes especiais, mas que é necessário uma especialização e um estudo para manter a qualidade. Além disso, ela pede que as pessoas continuem trabalhando pelo crescimento desse mercado. Para todos os envolvidos na cadeia da carne, ela sugere que todos se interessem mais um pelo mundo do outro, uma maior integração da cadeia.
Confira abaixo a entrevista completa:
Saiba mais sobre o Capital Meating.
Fonte: BeefPoint.
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Miguel simplesmente SENSACIONAL a entrevista com Jonas Barcellos