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30 de maio de 2011

Wagner Rossi teve cargo ameaçado após derrota do Planalto na votação do Código Florestal

O cerco do Planalto ao ministro da Agricultura, o peemedebista Wagner Rossi, foi o sintoma mais explícito do embate entre PT e PMDB durante as sessões de discussão e votação do Código Florestal na Câmara. O ministro, como revelou nesta sexta chegou a ter a cabeça pedida pelo ministro Antonio Palocci em telefonema ao vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB.

O cerco do Planalto ao ministro da Agricultura, o peemedebista Wagner Rossi, foi o sintoma mais explícito do embate entre PT e PMDB durante as sessões de discussão e votação do Código Florestal na Câmara. O ministro, como revelou nesta sexta chegou a ter a cabeça pedida pelo ministro Antonio Palocci em telefonema ao vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB.

Mais de uma vez, ao longo das negociações, as lideranças do PT e assessores da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, citaram o ministro da Agricultura como um “defensor radical” dos ruralistas e “empecilho” para chegar a um consenso com os ambientalistas. Em conversas com jornalistas, mas sempre em off (sob anonimato), esses assessores espalhavam que havia um descontentamento do Planalto com Wagner Rossi – ele foi uma indicação de Temer.

No dia 12, uma onda de boatos deu como certa a demissão do ministro da Agricultura. O gabinete de Rossi foi bombardeado por uma bateria de telefonemas de jornalistas querendo confirmar a demissão.

Algumas perguntas foram acompanhadas da “informação” com a lista das razões da demissão:

1) Rossi estava sendo investigado por conta de decisões tomadas quando era presidente da Conab;

2) Rossi cuidava mais dos interesses do PMDB do que da Agricultura;

3) Rossi ficava pouco em Brasília;

4) Rossi estava mais atrapalhando do que ajudando nas negociações do Código Florestal. Rossi discutiu com lideranças do partido o cerco político ao cargo e se queixou, nas reuniões internas do governo – na presença, inclusive, de assessores do Planalto e do Ministério do Meio Ambiente -, do fato de o debate, em torno do Código Florestal, “ter igualado os agricultores a bandidos desmatadores, a traficantes de madeira ilegal”.

O ministro reclamou também do fato de os ambientalistas terem tentado “dar um golpe nos trabalhos do Congresso”. “Não queriam reconhecer que havia progressos para o meio ambiente e a agricultura no novo Código Florestal e, por isso, tentaram pura e simplesmente barrar a votação”, queixou-se, alegando que a lei prevê o cadastramento de propriedades, a recomposição florestal e penalidades fortes para quem não cumprir as regras.

A reportagem é do jornal O Estado de São Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Walter Magalhaes Junior disse:

    É uma pena.

    Conheço o Ministro Wagner Gonçalves Rossi de longa data.

    É um dos políticos, tecnicamente, mais qualificados da atualidade. Com qualificação honrosa e não estas porcarias que existem por aí que possuem três, quatro e até mais formações acadêmicas de padrão questionável.

    O Ministro é economista sabidamente competente, sendo Mestre e tendo Phd em Educação pela Bowlling Green State University, Bowlling Green-Ohio, USA.

    É um homem que, na sua vida pública, tem agido sempre, por questões de princípio, de maneira justa e ética, condição esta que sabemos não ser muito comum neste meio. É um guerreiro destemido que defende seus pontos de vista de maneira independente e sempre cercada de um conteudo técnico que o diferencia de seus oponentes.

    Estes valores, certamente, não agradam a elite política brasileira que, tendenciosa como tem sido, agride os seus oponentes com a arma de autoritarismo que, supostamente, combateram em um passado não muito distante.

    É uma pena!!!

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Acho que o tiro do executivo saiu pela culatra. O PMDB não pode ser pressionado e manobrado como um pequeno partido. Simplesmente é a maior bancada do Congresso e aliado de primeira hora, com o vice-presidente eleito da chapa vitoriosa. E nunca traiu o Executivo. Sempre deixou claro sua posição a este respeito. O Executivo é que não ouviu ou não deu importância achando que conseguiria manobrar. Tanto foi teimoso que acabou ficando sem margem de manobra. E ameaçar o Ministro da Agricultira só piorou as coisas. O erro, volto a frisar, não foi do PMDB. Foi da articulação política do governo, na figura do Ministro da Casa Civil. Que o Executivo não repita o erro no Senado. Ouça mais os Senadores e saiba ceder quando necessário.

  3. José Manuel de Mesquita disse:

    Pois é…. que pena que não deu certo… afinal este é o ministro das apostas perdidas.

    Quando o cargo é preenchido por um  “político profissional”  em vez de  “Profissional” somente  dá nisso…

    Brigam pelos cargos, e somente seguem neles  pelas “facilidades” em geral  “não republicanas” que o cargo lhes permite acesso.

    Infelizmente não é caso isolado… todos sempre estiveram, estão e estarão por lá… e  sempre pelas facilidades que extraem do cargo.    Isso desde que a corte portuguesa por aqui se instalou, fugida de Napoleão.

    Já é hora de mudar… e  pensar que cheguei a acreditar que o PT seria o caminho para as mudanças…

    De engano em engano, terminamos por nos desenganar de tudo e de todos.

    Difícil acreditar que nossos netos possam viver em um país em que os “mandatários” não se sintam com poderes suficientes para “alterar” a gramática, para acomodar a ignorância na cultura, utilizando frases de efeito, onde “ignorância” é sinônimo de “preconceito lingüístico”, como se a ignorância do povo  fosse coisa dita “boa”, em vez de prova incontestável da incompetência dos governantes,  pelo menos nos últimos 200 anos.

  4. Walter Magalhaes Junior disse:

    Santa ingenuidade.

    Tenha paciência.

    O PT mudar? Com quem? Com o Lula? O maior fisiologista que o Brasil já conheceu?

    Parodiando o Rei Juan Carlos: – “por que não te calas?”

  5. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado Sr. Walter,

    Prometo em breve lhe responder detalhadamente "porque não me calo", mas no momento posso lhe adiantar que:

    A democracia lhe dá o direito de falar o que quer, inclusive "ordenar que me cale"…
    Mas essa mesma democracia, também me dá o direito de divergir de suas "preferências",  não significando que um de nós seja melhor que o outro,  e sim que somos diferentes, com valores de vida também diferentes…

    Portanto, como o Sr. não pertence a "realeza" e  não  sou adepto nem simpatizante do Chaves, continuarei "não me calando", e o Sr. se indignando por discordarmos…

    Assim é a vida…

    Atenciosamente,

    JMM

    Me

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