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XIII Congresso Mundial da Carne (II)

Numa avaliação feita do setor, Toma (2000) enumera diversos pontos nos quais a indústria da carne pode trabalhar em conjunto com o objetivo de benefícios mútuos. Meios pelos quais a industria pode se estruturar no sentido de melhorar a performance e aumentar os lucros. Avaliando as tendências do mercado mundial, o autor afirma que as tendências direcionam o mercado, ajudam a identificar as oportunidades e podem ser estabelecidas, monitoradas e utilizadas no planejamento e definição das estratégias. A seguir são apresentadas algumas tendências que o autor tem observado em seu trabalho:

1) que o comércio mundial está aumentando com os acordos de comércio e os novos mercados. NAFTA, FTAA, WTO têm ajudado na abertura desses mercados.
2) a consolidação industrial onde um menor número de indústrias tem concentrado a maior parte da produção produzindo o mesmo ou ainda maiores volumes.
3) aumento na preocupação com a segurança do alimento. O uso de organismos geneticamente modificados, surtos de BSE (vaca louca), dentre outros, tem causado um aumento dessa preocupação mundialmente. A introdução do HACCP (Hazard analysis of critical control points) e outros programas voltados para a garantia da qualidade do produto surgem como forma de prevenção.
4) novas formas de comercialização voltadas para as alianças, cadeias de suprimentos e associações na busca de benefícios mútuos.
5) mudanças na forma do setor varejista e no comércio dos alimentos. Principalmente na América do Norte tem havido muitas mudanças na forma de comercialização com cadeias de desconto (Price Club), de varejo (Safeway), grandes varejos (Walmart), dentre outros.
6) aumento na demanda por produtos com valor adicionado. Consumidores tem menos tempo para compra, famílias menores e pouco tempo para preparar o alimento.
7) o consumo de carne bovina apresenta desafios. Na América do Norte a tendência é de declínio no consumo. A idade média da população está aumentando – maior consumo de frutas e vegetais e menos de carnes. Necessidade de novos tipos de produtos, mais convenientes, consistente em tamanho e outras caraterísticas de qualidade que irão assegurar a preferência do consumidor por essa carne em relação às carnes de outras espécies.
8) aumento na preocupação da sociedade com relação à poluição ambiental.
9) necessidade de mais inovação e aumento na produtividade. O Canadá por exemplo é conhecido pelas excelentes pesquisas em várias áreas com um lapso em comercialização. Muitos resultados de pesquisa encontram-se na prateleira. Inovações em comercialização, produção, processamento e desenvolvimento de produtos, são necessárias para manter a competitividade e, finalmente,
10) práticas adequadas e competitividade. Aumento da eficiência do agronegócio através de novas estratégias. Eliminação dos desperdícios em produção além do necessário, tempo de trabalho, transporte, linhas de processamento, estoques, movimentação e processos e confecção de produtos inadequados. Incorporação de uma estratégia de e-commerce (criação de mercados virtuais) e direcionar o foco para os consumidores.

Toma questionou vários profissionais do Reino Unido, Canadá e Australia sobre os principais tópicos afetando a industria da carne. Os principais:

1) Integridade e transparência do produto – ter um bom produto com um sistema objetivo de contra prova para garantir o mesmo.
2) Qualidade gustativa – é muito fácil errar no preparo. Desenvolver formas fáceis de preparo com pouca chance de erro.
3) Conveniência – ainda um longo caminho à frente quando comparada com frango ou carne suína em termos de facilidade de uso e versatilidade.
4) Desenvolvimento de alianças do tipo do boi ao prato como forma de sair da commodity.
5) Mudanças na orientação dos preços (o que o pecuarista quer receber). Quem determina é o mercado (direcionar para retorno baseado em investimentos).

“A mudança em si não é uma grande coisa. Ela acontece como resultado de muitas e muitas pequenas coisas e muitas e muitas grandes coisas” (Stephen Kaufman)

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