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Segundo os números oficiais da Comunidade Européia, os países membros consomem aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de proteínas animais por ano e, segundo o Conselho Internacional de Cereais, a proibição do fornecimento dessas proteínas em rações animais deve provocar um aumento significativo por fontes alternativas de proteínas.
Leia-se proteínas de origem vegetal como o farelo de soja, por exemplo.
Soja e sorgo
Uma vez que se prevê que a demanda interna por oleaginosas e gramíneas destinadas para uso forrageiro aumente e existe poucas alternativas para a expansão da oferta desses produtos, se prevê para este ano o aumento da demanda por soja e por sorgo que deverá ser suprida através de importações. Esse aumento do volume importado deverá acontecer também em função do preço, uma vez que certamente as cotações na Europa deverão subir.
Fazendo uma comparação, quando surgiram os primeiros casos da vaca louca no Reino Unido, e antes da proibição do uso de farinhas animais na alimentação do gado em 1996, as proteínas vegetais representavam 2% do total das matérias primas utilizadas na composição de rações.
Posteriormente a taxa de utilização de farelo de soja passou a 10% de todos os ingredientes utilizados, principalmente em substituição às farinhas de origem animal.
Outros farelos
Apesar desse aumento no consumo do farelo de soja, não se observou modificação no consumo de farelos de outras oleaginosas na composição das rações.
O que se observou contudo foi o aumento significativo do uso de trigo que em 1999 representou 29% de todos os ingredientes ante 24% registrado em 1995, um ano antes da proibição.
Deve-se observar, por outro lado, que o aumento no consumo de trigo, também foi motivado pelo abandono da utilização da cevada na alimentação animal, cuja cota de participação caiu 2%, no mesmo período, de 9 para 7%.
Energéticos
A expectativa é de que a proibição do consumo de alimentos de origem animal não afetem a demanda por cereais de maneira geral sobre os países membros da União Européia, no máximo o que pode acontecer é que a medida provoque alguma substituição de determinados grãos por outros, principalmente de milho por trigo, cujo conteúdo protéico é maior.
Carne bovina x carne de frango e de porco
A demanda por cereais, a longo prazo, pode ser afetada se houver uma migração significativa dos consumidores de carne bovina, para a carne de frango ou para a carne de porco, em função da propaganda negativa causada pela vaca louca.
A avicultura e a suinocultura sabidamente demandam, comparativamente, muito mais alimentos balanceados que a bovinocultura.
Produtos proibidos
A utilização desses produtos foi proibida por seis meses a partir de 1 de janeiro deste ano, na tentativa de recuperar a confiança do consumidor de carne vermelha.
Estimativa da queda do consumo de carne bovina na Europa
Nos demais países europeus a situação é estável, porém é inegável que a crise provocada pela vaca louca causou sérios distúrbios comerciais, principalmente para os países exportadores de dentro da União Européia, como a França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica e Países Baixos.
Numa primeira estimativa acredita-se que o consumo tenha-se retraído em 600 mil toneladas ou 10% do consumo anual, perto do volume total de carne bovina exportado pelo Brasil, para o mundo anualmente.
Fonte Básica : Notícias de los Mercados de La Carne, Coordinación Mercados Ganaderos – SAGPyA
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