Na opinião do presidente-executivo da Associação dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a alta do dólar está corrigindo uma distorção. Segundo ele, os patamares anteriores da moeda norte-americana em relação ao real não eram verdadeiros. Para o executivo, distorção que existe no dólar não é comercial e sim financeira, como a arbitragem de juros e as especulações contra o real. "Estamos caminhando para um valor mais realista. Acho que veio em boa hora."
O ex-ministro da Agricultura e presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, disse hoje que “a inconsistência do mercado de câmbio, a trepidação, não é benéfica a ninguém”. Mas o setor, segundo ele, esperava uma reação, porque “a alta dos insumos e o dólar fragilizado era o pior dos mundos”. Ele considerou intrigante a subida brusca da moeda americana, “uma vez que não há consistência tanto na manutenção de um patamar tão baixo como de uma valorização excessiva do dólar”. Ele comenta que, com a volatilidade, uma venda a preços convidativos na exportação pode não ser um bom negócio depois.
Turra observa que a alta do dólar é benéfica para o setor exportador de carne de frango, “que trabalhou no vermelho e sofreu como nunca”. Ele diz que se não houvesse a demanda aquecida, que impulsionou os preços internacionais, o setor estaria inviabilizado.
Em relação ao patamar ideal da cotação do dólar para atender as expectativas do setor, Turra afirmou que é difícil apontar um número, pois depende muito dos preços dos insumos e dos valores de venda da carne no mercado internacional. Ele disse que o ideal seria falar em uma cotação do dólar entre R$ 2 a R$ 2,10, “mas isto é impraticável”.
Ele defende uma consistência na política monetária, que dê previsibilidade para viabilizar os investimentos. Na opinião do ex-ministro, “o pior dos mundos é quando se vende a um preço e depois o dólar despenca. Isto já levou impérios a ruína, como foi o caso da Sadia com as operações de derivativos.”
Na opinião do presidente-executivo da Associação dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a alta do dólar está corrigindo uma distorção. Segundo ele, os patamares anteriores da moeda norte-americana em relação ao real não eram verdadeiros. Para o executivo, distorção que existe no dólar não é comercial e sim financeira, como a arbitragem de juros e as especulações contra o real. “Estamos caminhando para um valor mais realista. Acho que veio em boa hora.”
Comentário BeefPoint: Com a valorização do dólar frente ao Real, as exportações tendem a aumentar, pois o boi brasileiro em dólares fica mais barato no mercado internacional e esse aumento da demanda externa dá suporte ao preço da arroba interna. A primeira vista é um bom cenário para a indústria. De 29/07 a 21/09, o contrato do boi gordo para outubro/2011 se desvalorizou 26% em dólares, mostrando como o boi brasileiro ganha competitividade nas exportações.
A matéria é da Agencia Estado, adaptada pela Equipe BeefPoint.