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Abrafrigo: BNDES prejudica a cadeia produtiva da carne

A generosidade com que o BNDES tem tratado alguns poucos privilegiados tem gerado uma grave distorção na cadeia produtiva da carne, seja no âmbito do mercado pecuário, seja na estrutura concorrencial que permeia a atividade industrial. A conclusão é da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) segundo aponta um levantamento realizado junto aos seus associados.

A generosidade com que o BNDES tem tratado alguns poucos privilegiados tem gerado uma grave distorção na cadeia produtiva da carne, seja no âmbito do mercado pecuário, seja na estrutura concorrencial que permeia a atividade industrial. A conclusão é da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) segundo aponta um levantamento realizado junto aos seus associados.

“Estamos assistindo ao crescimento de uma grave deformação na configuração dos dois mercados, levando tanto produtores pecuaristas quanto pequenos e médios frigoríficos a se submeterem ao poder da concentração, inibindo a concorrência saudável e economicamente desejável, levando-a a um nível absolutamente incompatível com os princípios de uma política industrial eficiente e desconcentradora. E quem está promovendo tudo isso é o BNDES”, afirma o presidente-executivo da entidade de classe, Péricles Salazar.

Segundo ele, o BNDES, na qualidade de agente público voltado ao fomento industrial, com o compromisso de atender a política pública preconizada pelo Governo, tem a obrigação de estudar previamente os impactos econômicos e sociais que pode causar diretamente aos demais agentes do segmento. No caso da cadeia produtiva da carne, a relação custo-benefício para a sociedade é muito baixa quando se prioriza apenas um grupo destinando vultuosos recursos financeiros, sob a forma de financiamento ou participação acionária. “O Banco desconsiderou as repercussões maléficas e danosas para o setor do qual participamos e para o conjunto da sociedade brasileira que deveria ser considerada como destinatária maior dos supostos benefícios decorrentes deste exagerado e desproposital aporte de recursos”, disse Péricles Salazar.

Para ele, o BNDES deveria diminuir o ritmo da concentração industrial no segmento frigoríficos e possibilitar que os preços pecuários sejam reflexo da lei da oferta e da procura, não permitindo que os produtores sejam submetidos à lei do mais forte, além de não ensejar manipulação dos mercados do boi e da carne que representa 75% da produção nacional. “Assim não haveria prejuízos para os consumidores e poderia se dar efetiva atenção às verdadeiras prioridades nacionais”, conclui o presidente da Abrafrigo.

As informações são da Abrafrigo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. andre cunha disse:

    A estratégia de fomento do BNDES foi desastrosa, investiu somente nas indústrias frigoríficas, que além das que estão fechadas, na totalidade operam com capacidade ociosa, ou seja investiu na indústria e esqueceu da matéria prima, o rebanho bovino.Assim entregou o dinheiro a “meia duzia” e esqueceu do homem do campo, do fazendeiro, com isso fez o rebanho diminuir, o preço aumentar e o dinheiro público evaporar…

  2. Jones Pereira de Souza disse:

    Acredito que o governo federal, através do BNDES, esteja indo na contramão do que seria a função social do banco. O próprio presidente da república vive pregando que as pequenas e médias empresas são responsáveis pela maioria dos empregos no país.

    Vemos hoje uma enorme concentração no mercado de carne, sobretudo em Mato Grosso onde apenas um grupo controla 10 plantas frigoríficas, e tudo com o explícito apoio do BNDES.

    O BNDES deveria dar um pouco mais de ênfase aos pequenos Frigoríficos sendo eles, Inspeção Federal, Estadual ou municipal.

    Pois com esse ritmo de recursos só para grandes Frigoríficos, acaba não só monopolizando o mercado, mas também engolindo praticamente todos os pequenos não deixando que o mercado siga o seu fluxo normal.

  3. antonio batista fernandes disse:

    Só agora a Abrafrigo viu isso ?????

    Essa quantidade de absurda de dinherio que o BNDES libera para as grandes industrias frigorificas deveria ser acompanhada de perto pelo Ministerio Publico, a conta é simples de fazer, só paga conta quem ganha dinheiro, se vc não ganha logo logo vai deixar de pagar alguem, é o que aconteceu e o que ainda vai acontecer, pois quem entende um pouco de matematica sabe que os frigorificos não ganham dinheiro a anos, e sim vem se escondendo atras de montanhas de dinheiro liberados pelos bancos intenacionais( que ja diminuiram muito os emprestimos) e pelo fantastico BNDES.

    Emprestar dinheiro é normal, e correto dentro de qualquer setor industrial, mas no caso dos frigorifico fica comprovado que a má gestão é enorme, e para ajuda-los a tal Recuperação Judicial, é extremamente uma arma para não pagar as contas em dia, ela deve ser revista URGENTE, pois vamos citar um exemplo, FRIGOESTRELA, entre outros, a mais de 14 meses ninguem recebe nada e ate o momento não se tem noticia de quando ira ser homologada, tudo é feito dentro da justiça para ganhar tempo, vamos empurrar ate o limite, os balanços apresentão lucros desde a recuperação judicial, mas alguem conhece algum credor que já começou a receber?

  4. Alexandre Novaes Coelho disse:

    O maior frigorifico do mundo hoje chama-se bndes-frigo ,ou , se preferirem, frigo-bndes. isto é um absurdo.
    quero ver se dois dos maiores “balançarem”, quem pagará a conta de bilhões de reais??
    estão diminuindo a concorrencia na “rua”, concentrando-se em 2 ou 3, no máximo e , quero ver quando começarem a “dizer” quanto vale o boi do pecuarista…..o bicho, quer dizer, o boi, vai pegar!! pra baixo, claro.

    sds.

  5. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Isto sim a midia eletronica deveria averriguar e colocar como assunto diario em pauta.

    Um mercado OLIGOPSONICO onde existem varios vendedores e pouquissimos compradores so beneficiará os compradores e nao os vendedores.

    Assim somente um elo ganha e em meu ponto de vista isto nao dura muito tempo, uma hora estoura.

    Quem consegue produzir com custo acima da venda por muito tempo consequentemente quebra ou recebe dinheiro que nao do seu suor para ir vivendo.

    Apoio e 100% apoiam que o BNDES deveriam estimular os varios frigorificos que tiveram e estao com problemas e nao somente alguns (2 ou 3).

    Se existissem mais compradores o preco pago ao produtor seria maior.

  6. Ernane Carvalho Zaiden disse:

    Só p/ complementar as elogiáveis considerações dos senhores, apesarde ser público e notório, mas para alguém q tenha dúvida sobre qual frigofífico-sócio do bnds que estão se referindo : friboi (jbs).

  7. VALENTIM PAULO VIOLA NETO disse:

    Eu vou mais alem,essa sociedade bnds/jbs,não deve acabar bem,pois no meu ver a forma com que a empresa está trabalhando,queda na qualidade e não deve estár fazendo custo,pois certas mediadas p/forçar venda só vai dar prejuiso…isso em relação a mercado doméstico,agora retiro td que falei,se estiverem EXPORTANDO,ai eu fique quiéto e não falo mais nada!!!

  8. Jorge Humberto Toldo disse:

    Prezados Senhores,

    Em partes os Senhores tem razão, apenas em partes. Todo mundo criticando o BNDES por investir no grupo JBS, por investir pouco nos médio e pequenos e menos ainda na produção. Pois bem:

    1º – Eu trabalhei por anos como consultor e aprovei projetos de financiamento de empresas e produtores (PJ) junto ao BNDES. Eu nunca vi o BNDES negar financiamento para uma empresa ou produtor (PJ) se este estivesse em condições de capatação de recursos, ou seja, nome limpo + um bom projeto + capacidade de pagamento + garantias = financiamento aprovado.

    2º – Quanto aos médios e pequenos frigoríficos: quantos deles que tem suas contas em dia? Seu balanço patrimonial devidamente lançado? E quantos desses solicitaram financiamento junto ao BNDES? Não muito diferente disso serve aos produtores. Um dos motivos que parei de fazer projetos de financiamento é exatamente isso. Empresas e produtores que tinham suas declarações de imposto de renda piores que a minha. Como vai captar recursos junto aos bancos, não só ao BNDES mas no sistema financeiro em geral?

    3º – O lado bom disso tudo é que o Brasil, hoje, tem a maior fatia de mercado de proteína animal do mundo, coisa que antes não tínhamos. Concordo que concentrada, mas isso cabe às outras empresas tomarem seus caminhos e buscarem apoio, não podemos culpar os que já conseguiram.

    4º – Isso chama-se globalização, no muno inteiro está acontecendo esse processo de fusão, cisão ou qualquer coisa do gênero. Melhor assim, que foram duas empresas brasileiras que estão dominando, aliás ótimo que foi assim. Senhores, até poucos anos atrás tínhamos rumores de que os gigantes americanos entrariam no Brasil engolindo tudo o que achassem pela frente! Glória, foi ao contrário nós os engolimos! Já pensaram o que seria de nós se eles tivessem entrado aqui?

    Então, temos que parar de jogar pedras e fazer nossa parte. Temos que nos profissionalizar, nos unir em nossos setores, mais do que nunca nossos sindicatos e associações tem que mostrar serviços e não só cobrar anuidades.

    E podemos nos preparar para novas fusões, inclusive em frigoríficos, é um caminho sem volta. Temos visto que em muitos casos só as sinergias das empresas fundidas renderam nove dígitos, como dizer que isso é errado?

    Pra encerrar bem curto e grosso: problema maior é de quem está apenas assistindo! Temos que nos organizar e entrarmos no jogo.

  9. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Excelentes esclarecimentos do Jorge Toldo.

  10. Selmo de Melo e Souza disse:

    O Sr Toldo fala como se o BNDS fosse uma maravilha, mas o que temos acompanhado e visto, sao politicos (do alto escalao) andando de jatinho de donos de frigorificos pra todo lado. Estranho que logo a seguir sai um montao de dinheiro para a determinada empresa. Nao sei contar a quantidade de plantas frigorificas que fecharam as portas nos ultimos anos e queria tambem saber o porque a carne ao consumidor apresentou uma alta siginificativa neste ultimo ano, sendo que abaixou muito a arroba que o pecuarista recebe. A concentracao em industrias gigantescas distorce o comercio e como sempre a corda estoura para o lado do mais fraco. Sabemos que e importante a penetracao no mercado mundial, mas de uma maneira responsavel e que nao utilize o dinheiro do contribuinte contra ele mesmo.
    A Abrafrigo esta certa, mas demorou demais mesmo, como diz o Sr. Antonio Fernandes. So agora que estao vendo isso acontecer?

  11. Sonia Silva disse:

    Acredito que esses bancos que se dizem de fomento a industria, pensam exclusivamente em seus bolsos na hora de tomar as decisões de investimento, sem analisar que prejudicam toda a cadeia do Agro negócio Brasileiro. Talvez, se na direção destes bancos existissem pessoas de pulson e não de “bolsos”, nós tivessemos melhores resultados.

  12. Lazaro Alexandre Thomazini disse:

    A quantidade de dinheiro que o BNDS está “emprestando” para o Friboi e Marfrig teria que ser objeto de averiguação do MP, eu acredito haver algo de errado nisso, os caras estendem as mãos e pronto o dinheiro já é entregue, não sabemos se é uma instituição financeira ou a tesouraria dos frigoríficos citados, chega-se a desconfiar que alguém além dos frigorificos está levando vantagem nessa história.
    Vamos ver o que tem dentro na hora que essa bolha estourar, porque em quem vai respingar nós já sabemos.
    Com relação a famigerada recuperação judicial, parece tratar-se de uma brincadeira de mau gosto do judiciário, eu tenho dinheiro para receber do finado frigorifico margen há 1 ano e meio, as plantas já estão funcionando novamente nas mãos de um ou outro dos grandes, eu acredito que de alguma forma escusa os proprietários do margen estão recebendo o aluguel dessas plantas, mas pagar o que ficaram devendo nem pensar.

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