O Comitê Científico da União Européia já avaliou os riscos de surgimento da Encefalopatia Espongiforme Bovina em 28 dos 46 países que exportam carne para a região. Em apenas 13 dos analisados, incluindo o Brasil, o aparecimento da doença é altamente improvável. O Canadá, que chegou a suspender temporariamente as importações de carne brasileira alegando preocupação com o mal, foi classificado pelo comitê como um país em que casos da doença são improváveis, mas não podem ser descartados.
Entre os que já foram examinados na Europa, só a Noruega está na mesma categoria do Brasil. Todos os demais nesse mesmo nível de risco são de regiões distantes do continente europeu, como Argentina, Chile, Uruguai e Austrália, além de outros africanos. No Leste da Europa, a maioria dos países que são candidatos a entrar na União Européia está no nível três, em que o surgimento da doença é provável, embora não haja casos confirmados.
Abaixo dessa classificação, está o nível quatro, com grande número de casos registrados – onde estão países da própria UE. A principal fonte de contaminação nos países da Europa do Leste, do Sul e Central, segundo o comitê, foi ração animal importada da UE.
Na prática, a classificação do Brasil no melhor nível significa, por enquanto, que, da carne exportada para a UE, não precisam ser retirados cérebro e ossos da coluna vertebral, que são materiais com alto risco de conterem o agente causador da doença. O certificado de garantia, porém, aumenta as chances dos exportadores brasileiros de abrirem mercados.
“Quase sob controle”
O ministro britânico da Agricultura, Nick Brown, afirmou que a disseminação da febre aftosa no Reino Unido está “quase sob controle”. Ontem foi identificado o 934º foco. Brown não apresentou ainda os detalhes do plano de vacinação que deve ser implantado pelos britânicos, sem data definida.
Nos Estados Unidos, os novos testes realizados em suínos com suspeitas de terem contraído a doença na Carolina do Norte voltaram a apresentar resultados negativos.
(Por Maria Luiza Abbott, com Com Financial Times e AP/Dow Jones, para Valor Online, 03/04/01)