Argentina: cresce abate de fêmeas

O flagelo da seca sem antecedentes nas últimas décadas na Argentina, somada às várias e controversas resoluções emitidas pelo Governo do país com o objetivo de manter os preços internos em níveis de acordo com os orçamentos mais modestos, têm levado a um notório processo de liquidação do rebanho nacional.

Assim, aumentou a proporção alarmante de abates de fêmeas, superando os 47%, marcação que atualmente, sem dados estatísticos confiáveis, teria crescido mais de 50%. Essa decisão dos produtores foi se refletindo nas operações no Mercado de Liniers. De fato, na semana passada, sobre uma oferta total de 30.215 bovinos, a participação de fêmeas foi de 71,08%, equivalente a 21.477 cabeças. Dentre as fêmeas, 43,19% eram vacas – inclusive prenhes -; 21,82% eram novilhas; e 6,7% eram bezerras.

Em contraste, a entrada de novilhos foi das mais baixas dos últimos meses, considerando que foram negociados somente 1.176 cabeças, equivalentes a 3,89% do total geral. Houve variantes substanciais na tendência do mercado. Os frigoríficos e as demais operadoras, intervieram com invariável comodidade e estrito critério seletivo, atitude que impediu alguma recuperação dos preços, que desde março, apresentam quedas substanciais.

Vale destacar que a maior parte do boi gordo disponível em Liniers esteve representada pelas categorias do tipo leve, que com 15.258 animais entre novilhos, novilhas e bezerros constituíram 50,5% do total comercializado.

Advertiu-se a inclusão de vários animais provenientes de estabelecimentos onde se faz engorda intensiva, sem cujo aporte o déficit de animais terminados para abate teria sido enorme pelo fracasso do sistema pastoril originado da falta de chuvas.

A reportagem é do La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.