Na segunda-feira, após uma longa e tensa negociação, o vice-chanceler argentino Martín Redrado e o ministro de Produção do país, Aníbal Fernández, chegaram a um acordo com o Paraguai pela suspeita de um foco de febre aftosa que teria sido encontrado em uma fazenda no país vizinho, na fronteira entre o Paraguai e o Estado brasileiro de Mato Grosso. A Argentina fechou suas fronteiras aos produtos alimentícios paraguaios há 10 dias e também impediu o trânsito destes produtos ao Chile. Ontem pela manhã, o Paraguai ameaçou retirar seu embaixador em Buenos Aires caso a Argentina não pusesse rapidamente um fim nas restrições impostas. A advertência foi realizada pelo chanceler paraguaio, José Moreno.
Segundo Redrado, os principais pontos do acordo que a Argentina fechou com o Paraguai foram:
– Será aberta a fronteira, mas o Paraguai precisa aceitar inspeções na região suspeita de focos. Desde terça-feira, uma equipe técnica dirigida pelo funcionário do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), Rodolfo Acervi, estão promovendo este serviço.
– Serão feitas inspeções nos contêineres paraguaios que transpassem a fronteira argentina e patrulhas que acompanharão estes contêineres até seu destino final. O custo desta inspeção é de responsabilidade do governo paraguaio;
– Asunción também terá que aceitar que técnicos argentinos inspecionem in situ os frigoríficos paraguaios.
O vice-chanceler informou que “se o Paraguai comprovar a presença de focos de aftosa esperamos que estes sejam denunciados. Caso contrário, a Argentina fará denúncias aos órgãos internacionais”.
Em rigor, na segunda-feira chegou ao Paraguai uma missão do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), integrada por técnicos de todos os países da região, incluída a Argentina. Este grupo deverá realizar uma auditoria na região onde presumidamente teria sido detectada a doença, localizada no departamento de Canendiyú, muito próxima à fronteira com o Brasil.
Até o momento o Paraguai vem negando que se trate de febre aftosa, mas seus sócios do Mercosul precisam obter comprovações. Por isso, logo após a divulgação da suspeita de um foco de aftosa no Paraguai, o Brasil proibiu a entrada de carne e animais paraguaios. A Argentina fez o mesmo alguns dias depois, além de ter estendido a proibição sanitária aos produtos vegetais e à carne “em trânsito” até o Chile.
Fonte: Clarin.com, adaptado por Equipe BeefPoint