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Argentina: novo peso mínimo pode gerar perdas

A partir de janeiro, começará a valer um novo peso mínimo ao abate de gado na Argentina, de 280 quilos (dos atuais 260 quilos). A medida, longe de promover um aumento da oferta de carne, pode gerar maiores perdas econômicas na cadeia pecuária.

A partir de janeiro, começará a valer um novo peso mínimo ao abate de gado na Argentina, de 280 quilos (dos atuais 260 quilos). A medida, longe de promover um aumento da oferta de carne, gerará maiores perdas econômicas na cadeia pecuária.

“Esta é uma medida de conjuntura que não serve absolutamente de nada se não vem acompanhada de um incentivo para produzir animais pesados”, disse o assessor pecuário, Victor Tonelli. “O Governo crê que somente aumentando o peso ao abate resolve uma crise que a cada dia que passa tem menos saída”.

Com o aumento do peso mínimo para 280 quilos por cabeça, “não mudará a média de abates, porque não há nenhum sinal de que ao Governo interessa a produção de animais pesados”, disse Tonelli, referindo-se à categoria que tradicionalmente se destinou ao mercado exportador e que hoje quase nenhum frigorífico quer pela soma das restrições às exportações com a queda da demanda internacional por carne bovina.

“Enquanto por um lado segue incentivando a produção de animais para consumo com as compensações aos confinamentos, por outro não incentiva a produção de novilhos pesados com as barreiras para exportar; com isso, o peso ao abate tenderá sempre a baixar ou, no melhor dos casos, manter-se”.

Por outro lado, Tonelli disse que um animal de mais de 280 quilos proveniente de confinamento só terá uma grande porcentagem de gordura, um subproduto cujo valor de mercado é insignificante. “Ninguém vai comprar um animal com muita gordura, porque hoje isso é perda”. Ele disse que as receitas com couro, ossos e gordura já quase não existem.

No mesmo sentido, o diretor da Associação de Produtores de Carne Bovina Argentina (Aprocaboa), Angel Girardi, disse que, com os níveis atuais de abate de fêmeas, a pecuária argentina vai por um mau caminho. “Se somente se premia o consumo interno e se vive castigando as exportações, terminaremos produzindo animais o mais leve possível e nos livrando deles rápido para evitar seguir perdendo”.

A reportagem é do Infocampo, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. walterlan rodrigues disse:

    Eu acho que os pecuaristas da argentina estão com os mesmos problemas que nos brasileiros estamos enfrentando na agro pecuária. A intervenção do governo.

    Quem determina o peso ideal do gado não é o governo e sim o mercado. O legislativo Argentino deveria se reunir e revogar a lei da oferta e da procura e dai determinar o que ele acha que seja importante.

    Agora nos brasileiros estamos num beco sem saida, temos chuva demais, seca demais e intervenção demais.

    Com a crise mundial, a diminuição de vendas, os preços dos insumos e as leis da natureza não temos condições de aumentar produtividade e ainda vem o governo querer mudar os indices de produtividade sob pena de vermos nossas terras desapropriadas para fim de reforma agrária.

    Eu acho que o nosso legislativo deveria se reunir e revogar as leis da natureza e determinar que chova na hora certa para podermos produzir da forma que ele quer.

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