Graças a restrições impostas pela ex-presidente Cristina Kirchner, a Argentina perdeu, em uma década, dez posições no ranking mundial de exportação de carne – do 3o para o 13o lugar. Com a posse do novo governo, isso já começou a mudar. Apenas três dias depois de tomar posse, o presidente Mauricio Macri anunciou o fim das restrições às exportações.
Em dois meses, o percentual de vacas enviadas para abate caiu de 45% para 39%. Isto significa que a prioridade, daqui em diante, é a procriação, com o objetivo de aumentar o rebanho, que diminuiu de 58 milhões para 52 milhões de cabeças nos últimos dez anos. No mesmo período, o rebanho brasileiro saltou de 193 milhões para 208 milhões. Maior indústria do setor no país vizinho, a brasileira JBS informou que a recuperação do rebanho levará quatro anos.
Com o fim das travas, espera-se que a exportação dobre em quatro anos. Mas o volume ainda é pequeno. Em 2015, quando os embarques somaram 200 mil toneladas, o mercado externo absorveu 7% da produção de carne bovina argentina. A fatia tende a subir para 14% ou 15% até 2019, segundo Cristian Feldkamp, responsável pela área de gado da Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (AACREA). Para Gustavo Kahl, que comanda as operações da JBS no país, as exportações argentinas tendem a voltar ao patamar de 20% da produção total.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.