Na pesquisa sobre os riscos que a abertura da Expointer para bovinos representaria ao controle da febre aftosa, as opiniões ficaram muito equilibradas entre as quatro alternativas (muito grande, grande, pequeno e nenhum). Isto permite especular que o grau de incerteza sobre o risco é muito grande, e que a atitude mais equilibrada seria a de não permitir o trânsito e a presença de bovinos na referida exposição. O mencionado “prejuízo” que os criadores e comercializadores de reprodutores sofreriam, seria com certeza muito menor de que um provável aumento do surgimento de focos causaria a toda a cadeia da carne bovina gaúcha.
Os responsáveis pela decisão da abertura ou não da Expointer para bovinos, além de pensar nos interesses imediatos da pecuária gaúcha como um todo, também devem se preocupar com a imagem do produto carne bovina como fonte de nutrientes de alta qualidade e de grande segurança em termos sanitários.
Embora possa parecer uma atitude antipática e até arrogante, uma proibição da participação de bovinos na Expointer de 2001 provavelmente transmitiria ao mercado mundial e nacional uma sensação de aumento da seriedade com decisões sobre assuntos polêmicos começando a ser tomadas.
Todos os envolvidos com produção e comercialização de gado de corte no Brasil deveriam ter em mente o alto preço que a cadeia da carne bovina da Argentina está pagando pela falta de seriedade com que foi conduzido o episódio do surgimento de focos de aftosa que finalmente se alastrou por todo o país.
Qualquer descuido poderá atrasar os projetos, com certeza viáveis, que a cadeia da carne bovina brasileira têm de tornar o Brasil o maior exportador mundial.