O mercado de couro registrou um aumento estimado de 40% nos preços do produto no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A tendência de alta deve se manter pelos próximos meses, segundo entidades ligadas ao setor. Curtumes do interior paulista comemoram a volta dos lucros e projetam investimentos na indústria.
A estimativa da Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados) é de que a exportação de couro ultrapasse os US$ 900 milhões em 2001. O segmento e a indústria calçadista, juntos, devem arrecadar US$ 2,7 bilhões com o mercado internacional. O maior valor exportado em couro do País, até hoje, foi em 1997, quando foram arrecadados US$ 740 milhões.
O presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Roberto Scarabel, também presidente do Sindicouro, afirma que a alta nos preços é conseqüência direta do aumento da demanda – em especial, européia, que, em função do mal da vaca louca e da febre aftosa, reduziu de forma significativa os abates.
O diretor da Associação dos Curtumes de Franca, Wayner Machado Silva, confirma o aumento na demanda e nas exportações, em especial, de couro acabado e semi-acabado. Além das doenças (aftosa e vaca louca), a crise na Argentina, a demanda crescente do couro e a desvalorização do real diante do dólar tornaram o couro nacional mais competitivo no mercado internacional e puxaram os preços para cima.
(Por Daniele Gonçalves, para Gazeta Mercantil, 02/04/01)