Nesta última terça-feira, dia 27 de março, foi realizado, em Goiânia, o III Simpósio Internacional Nutron de Nutrição Animal. Programado para receber cerca de 200 pessoas, foi surpreendido com mais de 300 participantes.
Com palestrantes de alto nível, brasileiros e estrangeiros, os assuntos abordados foram variados, porém, o enfoque era o confinamento.
Dentre os palestrantes gostaria de destacar:
– o prof. Iveraldo Dutra, da Universidade Estadual Paulista – UNESP, colaborador do BeefPoint nos artigos técnicos sobre Sanidade, que abordou com grande didática e habilidade o tema “Programa Sanitário para Confinamentos“.
– o prof. Adilson de Paula Aguiar, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba – FAZU, que discorreu sobre “Produção e Conservação de Forragens“.
– o prof. Dr. Dante Pazzanese Lanna, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ / USP, colaborador do BeefPoint nos artigos técnicos sobre Nutrição, que nos propiciou uma brilhante palestra sobre “Nutrição de Bovinos de Corte em Crescimento Compensatório“, demonstrando rapidamente a “ferramenta” RLM – Ração de Lucro Máximo, desenvolvida na ESALQ – USP, com contribuição relevante de Luiz Barioni, também colaborador do BeefPoint nos artigos técnicos sobre Sistemas de Produção.
Nestas três apresentações o grande enfoque foi a necessidade de planejamento e controle para se obter sucesso na atividade produtiva.
Até pouco tempo atrás, o enfoque era maximização de produtividade. Isto acontece ainda hoje. As tecnologias de produtos disseminam a teoria de que o produtor rural só sobreviverá na atividade se a cada dia alcançar maior produtividade. O consumidor exige regularidade, qualidade e preço e o produtor tem de atender esta exigência.
As novas correntes demonstram, como bem disse o prof. Adilson, que o produtor deve buscar lucratividade para se manter na atividade, o que é conseguido com planejamento, execução do planejado, controle do executado e intervenção para corrigir distorções.
O prof Dr. Dante Pazzanese enfatizou a necessidade de planejamento administrativo para a tomada de decisão na hora da suplementação em creep. em animais destinados ao confinamento para terminação.
As técnicas de gerenciamento e administração sempre foram relegadas ao segundo plano pelo produtor. Avesso por contas e planilhas, o produtor se dizia preocupado com a lida e não com o escritório.
A maioria esmagadora dos produtores rurais, principalmente os de pecuária de corte, ainda hoje misturam suas contas pessoais com as da fazenda. Isto numa total demonstração da necessidade de intervenção administrativa.
A fase inicial da intervenção é o diagnóstico do negócio. A complexidade da produção primária, devido aos aspectos peculiares da atividade como:
– Dependência do clima (a mercê das intempéries),
– Dependência de condições biológicas,
– Terra como participante da produção,
– Estacionalidade da produção,
– Sistema de competição econômica (competição quase perfeita),dentre outras, faz com que as propriedades rurais sejam distintas, mesmo aquelas que se separam apenas por cercas. O mesmo acontece com o produtor. Daí a necessidade do diagnóstico.
Além de levantar o inventário da empresa, o diagnóstico visa a obtenção da estrutura administrativa implantada, determinando:
– Os níveis Administrativo, Gerencial e Operacional da empresa e os inter-relacionamentos entre eles;
– A classificação da unidade de produção rural à qual a empresa pertence.
– O ambiente que a empresa está inserida e suas variáveis.
Desta forma a empresa estará apta a receber adequadamente a intervenção administrativa, organizando-se para gerar dados gerenciais capazes de auxiliar o empresário na correta tomada de decisão.