Austrália: aumento no número de animais em confinamento

Houve um dramático, mas amplamente antecipado, aumento de 9% no número de bovinos confinados na última pesquisa trimestral sobre confinamentos na Austrália, de junho, feita pela Associação de Confinadores de Gado da Austrália (ALFA) junto com o Meat and Livestock Australia (MLA).

Os números aumentaram para 873.000 cabeças, influenciados bastante pelo impacto da seca nas maiores áreas das regiões ocidental e norte de Queensland, New South Wales e Território do Norte, forçando os produtores a colocar os gados para engorda como uma estratégia de terminação, ou vender os animais mais baratos.

Para os três anos anteriores, os números dos confinamentos flutuaram dentro de uma faixa estreita entre 700.000 e 800.000 cabeças, marcando esse último dado como um movimento substancial e a maior atividade registrada desde o trimestre de junho de 2006.

O presidente da ALFA, Don Mackay, disse que a pesquisa trimestral para o período que terminou em 30 de junho resultou de um declínio nos preços do boi para engorda, à medida que os produtores em vários estados liberaram seus estoques devido à condições de seca.

Os preços dos animais para engorda começaram o trimestre de abril a junho com uma continuação da redução no trimestre anterior, antes de alcançar o menor valor no meio de maio, e então, se recuperarem em junho.

Refletindo o pior do impacto da seca, os números de confinamentos de Queensland mostraram o maior aumento no trimestre anterior, aumentando em 11%, para 523.400 cabeças. Esse foi o maior número de animais confinados registrado em Queensland em dois anos, à medida que as condições de seca desde o começo desse ano no Território do Norte e nas regiões ocidentais do estado levaram a maiores abates.

Também foram registrados aumentos em Victoria (26%), Austrália do Sul (8%) e Austrália Ocidental (39%), devido aos gados mais baratos e/ou aos grãos baratos – particularmente quando comparado com a maioria dos estados do norte.

Os confinadores de New South Wales não puderam aproveitar os animais mais baratos de Queensland e Território do Norte devido principalmente aos custos de transporte, disse o relatório da ALFA, com os números não apresentando mudanças, ficando em 240.000 cabeças.

O forte aumento na atividade de engorda em Queensland também refletiu na utilização do espaço disponível em confinamento, que aumentou para 83% no último trimestre, de 71% no trimestre anterior.

Em termos comerciais, 90% de capacidade é considerado efetivamente “casa cheia” devido à limpeza e manutenção dos currais e aos currais individuais não usados para capacidade máxima e outros assuntos. Nacionalmente, a utilização do espaço disponível em confinamento aumentou para 73%, de 67% nos três meses anteriores.

Os aumentos nos preços dos grãos usados na alimentação animal prejudicaram mais aumentos nos números de rebanhos confinados particularmente durante o final do trimestre, com os preços da cevada, do sorgo e do trigo aumentando em 49%, 57% e 39%, respectivamente, com relação ao ano anterior.

Refletindo a falta de lucratividade nas operações de confinamento nos últimos tempos, influenciados parcialmente por esses maiores preços dos grãos, a capacidade geral dos confinamentos na Austrália declinou em 75.000 cabeças nos últimos 12 meses, para 1,19 milhão de cabeças.

Grande parte desse declínio pode ser interpretado como os confinamentos menores (menos de 500 cabeças, e 500-1000 cabeças) que viram a oportunidade de fazer uma suspensão voluntária sob o processo de Esquema Nacional de Credenciamento de Confinamentos. Uma mudança no rendimento dos confinamentos faria com que esses estabelecimentos menores se reativassem, entretanto.

O analista chefe do MLA, Tim McRae, disse que as exportações de carne de animais confinados para o trimestre aumentaram em 8% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações totais para 2012/13 foram de 198.000 toneladas, 2% a mais que no ano anterior e 5% a mais que a média dos últimos cinco anos. Os declínios ao Japão (queda de 6%) e Coreia (-1%) mais que compensaram os aumentos significantes à União Europeia (UE) e China (+82% e +429%, respectivamente).

A reportagem é do site Beef Central, com dados do site Oanda.com, resumida e traduzida pela Equipe BeefPoint.