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Avaliação econômica de diferentes alternativas de suplementação de bovinos na seca em sistemas de recria e acabamento

Marcelo de Queiroz Manella1 e Celso Boin2

O período das secas na produção de bovinos de corte é um dos pontos mais críticos dentro do sistema de produção, sendo que é possível ser contornado através da complementação alimentar no período. A suplementação do animal na primeira seca com dietas equilibradas, permite que os animais atinjam mais rapidamente o peso de abate.

Com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes níveis nutricionais na suplementação de bovinos no período das secas sobre ganho de peso e avaliação de custo, foi conduzido trabalho em Jaboticabal por Berchielle et al. (1997). Foram bovinos cruzados (1/2 nelore x 1/2 holandês) com 9 meses de idade, distribuídos nos seguintes tratamentos: A- animais a pasto; B- confinados na 1ª seca e 2ª seca com dietas para ganho de 1200kg/d; C- pasto na 1ª seca e confinados na 2ª seca com ração completa para 1200kg/d de ganho; D- confinados na 1ª e 2ª seca com dietas para ganho de 0,500kg/d; E- confinados na 1ª seca com dieta para 0,500kg/d de ganho e confinado na 2ª seca com dietas para ganho de 1200kg/d. No período das águas os animais faziam rotação em piquetes formados de Panicum maximum. Na análise de custo, foi considerado, como arrendamento do pasto,15% do valor da arroba da época, além dos custos dos outros alimentos.

Tabela 1: Composição da dieta no período das secas*

Tabela 1

Na tabela 2 são mostradas as médias de ganho de peso no período total (414d) de experimento (kg/d), a idade ao abade e o custo da suplementação.

Tabela 2: Desempenho e custo de bovinos machos

Tabela 2

O tratamento B propiciou o maior ganho de peso e consequentemente a menor idade ao abate, porém foi o tratamento que apresentou maiores custos. O tratamento A atingiu o peso de abate (16@) cerca de 9 meses após o B. Ao considerar os custos e a idade ao abate dos animais, os autores concluíram que o tratamento E seria a melhor alternativa.

Comentários BeefPoint: Ganhos de 500g/d durante a primeira seca são possíveis de serem obtidos com a suplementação protéica (Manella et al. 2000) sem a necessidade de confinamento, para ao final do período das águas subsequentes apresentarem peso ideal para confinamento A primeira seca logo após a desmama terá repercussão no desempenho futuro dos animais. Alguns autores relatam que os ganhos médios de novilhos mantidos a pasto e suplementados no primeiro inverno, deve ser de 400 a 600g/d, e a melhora nos ganhos no primeiro período seco dos animais pode antecipar a idade de abate. Economicamente a antecipação da idade de abate é altamente viável, tendo também a possibilidade de aumentar o giro, planejar a distribuição da produção por um período mais longo do ano, e ainda desocupar os pastos para outras categorias animais.

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1. Doutorando, Ciência Animal e Pastagens, ESALQ/USP
2. Eng. Agr., PhD, Prof. Convidado, ESALQ/USP, Consultor

Fonte: Berchielli, T. T.; Andrade, P.; Kronka, s.n. Efeitos de diferentes níveis nutricionais durante a seca, na recria e acabamento de bovinos de corte. ARS Veterinária, v.13, n. 2, p.157-163. 1997.

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