Bancos centrais começam a agir e mercado se tranquiliza

A taxa de câmbio teve uma oscilação bastante brusca nesta segunda-feira, com a euforia do mercado diante das medidas já anunciadas por governos europeus para enfrentar a crise dos créditos “subprimes”. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,145 na venda, em forte declínio de 7,30%. Trata-se do maior “tombo” para o preço da moeda americana desde agosto de 2002.

A Bovespa subiu 13,37% e atingindo os 40.390 pontos. “Parece que finalmente o mercado viu alguma luz no fim do túnel”, comentou Reginaldo Galhardo, diretor de câmbio da corretora Treviso.

Após o pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelos EUA no início do mês, os governos europeus tomaram a iniciativa de lançar um conjunto de ações coordenadas para enfrentar os problemas de liquidez e de capitalização do sistema financeiro, ao mesmo tempo que procuram evitar o pânico entre os correntistas.

As iniciativas podem ser desdobradas em: injeção de mais recursos no sistema financeiro; a capitalização de bancos às voltas com grandes perdas, por meio da compras de ações; a garantia dos depósitos bancários, de modo a evitar o pânico e a corrida aos bancos, tal como visto na crise de 1929.

Os bancos centrais europeus já reforçaram a disposição anunciada neste final de semana ao comunicar a liberação de “quantidades ilimitadas” de créditos em dólares, a curto prazo, para ajudar os bancos. Contando as iniciativas já anunciadas por países fora da “zona do euro”, como Inglaterra e Rússia, o montante de recursos para auxiliar o sistema financeiro já atinge US$ 2 trilhões.

No front doméstico, BC também anunciou que pode injetar mais R$ 100 bilhões no sistema financeiro, por meio da liberação de mais parcelas do recolhimento compulsório dos bancos.

A matéria foi publicada na Folha Online, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.