Pessoas que estiveram na Europa, a partir de 1980, estão proibidas pelo Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) de fazer doação de sangue. A medida foi tomada para evitar a possibilidade de contaminação da variante humana da doença de Creutzfeldt-Jakob – a ‘vaca louca’ -, que desde 1994 passou a ter uma média de 14 casos relatados por ano no Reino Unido.
A doença, que já atingiu cerca de 200 mil animais somente na Inglaterra desde 1986, estaria relacionada à ingestão de carne contaminada com tecido encefálico de animais portadores da EEB (encefalopatia espongiforme bovina ou síndrome da ‘vaca louca’).
A restrição já vem sendo adotada pelo Hemocentro há quatro meses, mas ainda aguarda normatização do Ministério da Saúde. O Hemocentro segue as recomendações já discutidas na Cruz Vermelha Americana e por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
Os postos de coleta da Fundação Pró-Sangue de São Paulo, instituição ligada à Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), adotaram no começo do ano o critério de não receber sangue de quem esteve no Reino Unido de 1980 a 1996, uma ou mais vezes, pelo período acumulado de seis meses ou mais. Até agora, somente uma pessoa que esteve nos países do Reino Unido naquela época se ofereceu como doadora.
A Fundação Hemominas (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais) também impede, já há um ano, que pessoas recém-chegadas da Europa doem sangue à instituição. A Hemominas alega que, na ausência de uma portaria específica do Ministério da Saúde a respeito do assunto, segue as recomendações da associação norte-americana AABB (American Association of Blood Banks). De acordo a fundação, a medida não afetou a média de doações, uma vez que a maior parte dos doadores é de classe média baixa e não costuma viajar para a Europa.
fonte: Folha Campinas (por Ademar Martins Ferreira) e Agência Folha (por Mauro Albano), adaptado por Equipe BeefPoint