A Agência de Inspeção de Alimentos do Canadá (Aiac), que decretou o embargo à carne brasileira na sexta-feira passada, já está com três técnicos revisando o material em inglês enviado pelo Brasil nos últimos dias sobre a política nacional em relação à doença da vaca louca, segundo reportagem de Cynthia Malta, publicada hoje na Gazeta Mercantil. Parte da papelada está em inglês e parte em português, cuja tradução ainda está sendo feita.
Segundo Claude Lavigne, vice-diretor de Saúde Animal da agência canadense, ao final da avaliação será decidido que tipo de técnico será enviado ao Brasil, e o que exatamente essa missão fará aqui. A agência quer saber desde a capacidade de análise laboratorial do País até o controle de doenças do gado, passando por sistemas de vigilância nas importações. Segundo Lavigne, o prazo de entrega de sua decisão final, que normalmente levaria 6 semanas, nesse caso será menor, mas ele não soube precisar quanto.
Perguntado sobre a decisão dos Estados Unidos, que suspenderam as importações do Brasil, mas não recolheram o produto brasileiro das prateleiras do varejo, Lavigne afirmou que não tinha opinião. Disse que a decisão da Aiac foi baseada em fundamentos sólidos e que sua missão é cuidar da saúde do povo canadense. A agência alega que o Brasil demorou dois anos para responder um questionário sobre a doença da ‘vaca louca’ enviado em 1998. Em 1999, disse ele, o governo brasileiro enviou um relatório que não satisfez a agência e novas respostas só começaram a chegar a Ottawa na última sexta-feira, quando foi decretado o embargo.
Por Cynthia Malta, para Gazeta Mercantil, 09/02/01