O veterinário-chefe da Agência Canadense de Inspeção Alimentar, Brian Evans, quer saber qual o destino dos animais que o país importou da Alemanha e França após 1990. O veterinário, que chefia a missão de técnicos do Canadá, México e EUA, quer garantir que estes animais adquiridos para reprodução, não foram abatidos e exportados para o Canadá. Ele comanda um grupo de especialistas que durante os próximos cinco dias analisarão as medidas de controle da doença. Os técnicos visitarão fazendas, um laboratório e fábricas de ração.
O Ministério da Agricultura afirmou que nenhum animal importado de países que registraram a doença da vaca louca poderá ter a carne vendida para consumo humano ou para fazer rações. O governo quer ter certeza de que os animais não serão abatidos e enviados aos frigoríficos após sua vida fértil. Os animais importados são usados principalmente como reprodutores. Porém, mesmo aqueles que não estiverem sendo usados como reprodutores também devem ser sacrificados, segundo a instrução normativa pública ontem no “Diário Oficial da União”. O governo pagará uma indenização pela carne perdida, segundo peso do animal.
Evans explicou que seu país decidiu suspender as importações de carne do Brasil depois que recebeu informações, do governo brasileiro, em janeiro, de que a importação de animais da Europa prosseguiu nos anos 90. Ele ressaltou que o governo canadense sabe que esses animais não foram importados para abate. “Mas, quando acaba a vida reprodutiva, algum valor pode ser agregado com a utilização da carne”.
“A questão não é comercial, é de segurança alimentar”, afirmou, rebatendo a avaliação do governo brasileiro de que o embargo foi motivado pela disputa comercial entre a Embraer e a canadense Bombardier. Ele explicou que o Canadá já adotou medida semelhante, sempre baseado em dados técnicos. Por exemplo: suspendeu a importação de carne da Argentina e do Uruguai quando houve uma crise de febre aftosa e também ficou sem comprar carne da Bélgica durante alguns meses, devido a uma suspeita de contaminação por dioxina.
fonte: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint