Futuro auspicioso para o mercado internacional de carne bovina. O aumento do consumo per capita na China e a peste suína africana em estado incontrolável aceleram a demanda do gigante asiático, embora em termos gerais a economia mundial mostre sinais de desaceleração.
“É um momento muito bom que nem todos aproveitam”, disse o consultor argentino Ignacio Iriarte, na conferência organizada pelo frigorífico de San Jacinto em Expoactiva Soriano, que disse que as principais variáveis para este item serão introduzidas pela China no curto prazo.
Atualmente esse país consome em média 40 quilos de carne suína e 6 quilos de carne bovina per capita. As importações de carne representam 2,9 milhões de toneladas e haverá um aumento acelerado devido a um “vírus de vida longa” que se tornou incontrolável desde agosto passado e ameaça “mudar a produção de proteína no mundo nos próximos 20 anos”.
“A China é exclusiva, há alguns anos atrás era uma fantasia e hoje está perto de 3 milhões de toneladas. Isso está sendo feito em conjunto com o Vietnã, Hong Kong, ou seja, toda a carne que entra contrabando mas é realmente extraordinário, mas por enquanto com carne de baixo preço, porque eles não têm cultura de carne”, disse o palestrante.
Ele entende que o que está acontecendo no país asiático “é uma explosão que não podemos interpretar” e anunciou que pela primeira vez em muito tempo “vamos ver uma melhora nos preços internacionais da carne bovina”.
“Em 15 de março, o relatório preparado pelo Departamento de Agricultura da China foi publicado. Eles dizem que estão escondendo a verdadeira magnitude da peste suína, que é a doença mais terrível e contagiosa que sobrevive nos alimentos, nas botas, nas capas dos caminhões e está se espalhando por toda a Ásia com 100% de mortalidade Por essa razão, grandes compras de emergência pelo governo chinês estão sendo adicionadas”, explicou Iriarte.
“Dos 54 milhões de toneladas de carne suína que produz, já no curto prazo ela tem 2 milhões de toneladas a menos no ano e agora é relatado que o rebanho suíno foi reduzido em 16%. É algo irrefreável que eles não querem confessar porque estão desarmados. Isso obviamente tem outras implicações, porque haverá uma quantidade extraordinariamente menor de suínos, também haverá uma demanda menor por milho e soja”, alertou o especialista.
Para o Iriarte, há duas ameaças que podem afetar de acordo com a forma como são resolvidas. O Brexit e como a Inglaterra está danificada e a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China são situações cujos resultados mantêm o mundo inteiro em suspense.
“Há uma expectativa para o encontro que chineses e americanos manterão na Europa durante o mês de abril. Eles se tornaram conscientes dos dois, mas especialmente os chineses que estão sofrendo danos de maior magnitude do que o estimado, fará grandes concessões de compras de produtores agrícolas, porque, entre outras coisas, o excedente chinês com os americanos é de 400 bilhões de dólares. Se eles conseguirem consertar, isso terá um efeito benéfico em todo o mercado mundial”, explicou o consultor argentino.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.