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CEPEA: boi gordo em queda e grãos em alta desestimulam confinamento

O volume de animais a ser ofertado no mercado a vista nas próximas semanas e também nos próximos meses tem estado no centro das conversas de muitos operadores do setor pecuário. Agentes ligados à venda e também à compra de animais para abate consideram a possibilidade de diminuição das ofertas devido ao desestímulo de confinadores para engorda dos animais neste semestre.

O volume de animais a ser ofertado no mercado a vista nas próximas semanas e também nos próximos meses tem estado no centro das conversas de muitos operadores do setor pecuário. Agentes ligados à venda e também à compra de animais para abate consideram a possibilidade de diminuição das ofertas devido ao desestímulo de confinadores para engorda dos animais neste semestre.

De fato, há dois motivos relevantes para pecuaristas ponderarem sobre a rentabilidade da engorda em curto prazo. Um deles é a redução do preço da arroba do boi. Ao longo de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) recuou 3% e sua média mensal foi de R$ 91,05, o que significa 6,2% abaixo da média nominal de julho do ano passado, já descontada do Funrural, que foi de R$ 97,06. Caso sejam consideradas as médias deflacionadas pelo IGP-DI, a perda real é de 11,3%.

Outro fator que tem pesado muito sobre todas as produções de proteína animal é a disparada dos preços dos grãos. Na região de Campinas, o preço médio da tonelada de farelo de soja em julho foi de R$ 1.132,66, valor 88,1% maior que os R$ 602,06 de julho do ano passado – em termos nominais. O preço do milho, na média do mês, ficou um pouco abaixo da média de julho do ano passado, mas o aumento de 38% ao longo de julho, considerando-se o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas-SP), assustou compradores. O produto saiu da casa dos R$ 23,00 para os R$ 33,00/saca de 60 kg.

O boi magro, por sua vez, esteve cerca de 3% mais barato que em julho do ano passado, mas a manutenção de seus preços face às sucessivas desvalorizações da arroba do boi gordo também tem desestimulado pecuaristas para o confinamento nos próximos meses. Em julho, o valor médio do boi magro (à vista) ficou acima dos R$ 1.100,00 nos estados de SP, MS, PR e TO. O maior valor médio mensal foi o do Noroeste do Paraná, de R$ 1.221,88. Em MT, GO e MG, o preço médio do animal nelore com mais de 18 meses ficou entre R$ 1.000,00 e R$ 1.100,00, sendo o menor valor médio o de MT.

Nesta semana, pecuaristas com animais prontos para abate perceberam relativo aumento da demanda por parte de determinados frigoríficos, o que aliviou a pressão sobre as cotações da arroba. Por outro lado, escalas mais alongadas de certas unidades de abate e também a necessidade de venda de animais de pasto neste período de estiagem têm impedido recuperações dos preços. Entre 24 e 31 de julho, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (São Paulo, à vista) teve ligeiro aumento de 0,39%, fechando a R$ 89,84 nessa terça-feira. No acumulado de julho, no entanto, houve queda de 3,07%.

Os preços da carne com osso negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo também registraram pequenas variações nos últimos sete dias, período em que a demanda se manteve estável. A carcaça casada de boi teve leve desvalorização de 0,51% entre as duas últimas terças-feiras, com a média passando para R$ 5,86/kg. As médias do traseiro e da ponta de agulha subiram 0,29% e 0,45%, respectivamente, chegando a R$ 6,99/kg e R$ 4,42/kg nessa terça. O dianteiro bovino desvalorizou 2,55%, a R$ 4,96/kg no dia 31. O preço médio da carcaça casada da vaca caiu 3,83%, indo para R$ 5,28/kg.

Para as carnes concorrentes, os preços seguiram em forte alta, com destaque para a carcaça comum suína, que valorizou expressivos 16% entre 24 e 31 de julho, comercializada a R$ 4,21/kg no dia 31. Para o frango resfriado, houve reação de mais 2,08%, com o quilo a R$ 2,84, também no atacado da Grande SP.

No acumulado de julho, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) caiu 1,4%, indo para R$ 704,32 no dia 31. A média do bezerro São Paulo (à vista) recuou 3,83%, a R$ 696,61 nessa terça.

Fonte: CEPEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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