Estado tem obrigação de ser modelo, diz presidente
O pecuarista Cesário Ramalho, vice-presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), assumiu, no final de dezembro, a presidência da Câmara Setorial da Carne paulista, no âmbito da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.
Segundo ele, a Câmara deve ser uma repetição do que existe na Câmara em Brasília, com o setor inteiro sentado junto. “Sou produtor, mas tenho a missão de enxergar o setor como um todo. Serei pecuarista, frigorífico, indústria de insumos, varejista etc., mas, como sou entusiasmado e otimista, não será em vão. Temos tido muito sucesso em toda a cadeia: o produtor melhorou a produtividade e produto, a indústria melhorou, a defesa melhorou. Quando estamos ganhando, resta administrar as divergências que surgirem”, animou-se.
São Paulo, de acordo com Ramalho, é responsável por 70% da exportação brasileira de carnes e é a partir disso que ele disse ser necessário divulgar o Estado, “que tem obrigação de ser modelo, por ser desenvolvido”. Seus planos incluem colaborar estreitamente para isso junto ao secretário de Agricultura, Duarte Nogueira, formar um sistema de apoio, manter conversas amplas com ele e sua equipe, além do pessoal da defesa animal. “É um pleito do pecuarista, não meu”, destacou.
Como meta principal, ele citou a integração da cadeia. “O pecuarista precisa conhecer o frigorífico, o produtor de ração precisa conhecer o pecuarista, a indústria precisa conhecer o supermercado e daí por diante. Temos de criticar profissionalmente, com coisas concretas. É muito fácil falar e não ter consistência no que falamos. A missão é harmonizar o setor e fazê-lo entender que é uma orquestra – um instrumento fora do ritmo atrapalha todo mundo -“, disse.
Em sua opinião, nesse mercado em que o Brasil adentrou, “com muita maturidade, profissionalismo, custos bons”, é preciso manter essa harmonia.
Sociedade Rural
Aproveitando para falar sobre a SRB, Ramalho elogiou o presidente da entidade, João de Almeida Sampaio Filho, e disse que, em 2003, participou dos principais fóruns do setor – nacionais e internacionais, incluindo as reuniões da Alca em Cancun e Miami, e de entrevistas pessoais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como perspectivas para a SRB, Ramalho afirmou que o foco principal está na questão fundiária, na reforma agrária, questionando o Plano Nacional, o qual fala em quantidade de famílias, “enquanto o presidente fala em qualidade”. “Ele está abandonando o programa. Temos algumas sugestões e esta é uma batalha grande, com apoio do pessoal do campo, pois o que importa não é apenas a balança de pagamento, mas o volume de empregos. Para tanto, estamos fazendo um levantamento do volume de mão-de-obra para identificar o que isso significa em termos quantitativos”, revelou.
Fonte: Mirna Tonus, da Equipe BeefPoint