Um grupo de cientistas britânicos pediu uma análise urgente dos riscos de contaminação pela doença da ‘vaca louca’, em carnes tidas como sadias. Segundo os especialistas do Royal Society e da Academia de Ciências Médicas, o risco provém dos matadouros encarregados de sacrificar tanto animais sadios, cuja carne será comercializada em curto espaço de tempo, como animais de mais de 30 meses, com risco de padecer da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Para evitar uma contaminação da carne sadia, as normas européias vigentes prevêem que os dois tipos de operações não sejam praticados no mesmo dia. Porém, segundo os especialistas, essa precaução não é suficiente. Os príons, responsáveis pela transmissão da doença da vaca louca, poderiam permanecer ativos mesmo após sofrerem um aumento de temperatura de 600 graus. Segundo eles, a incineração deveria ser efetuada a uma temperatura de 850 graus.
Esterilização
“Quando o sacrifício referir-se a animais de mais de 30 meses, que podem estar infectados pela EEB, terá que se estabelecer formalmente que a superfície de trabalho e o material dos matadouros não estejam contaminados, através dos procedimentos habituais de limpeza e esterilização”, disse Brian Heap, vice-presidente da Royal Society. Como atualmente isso não acontece, os cientistas solicitam um exame urgente da situação.
O informativo também adverte sobre as cerca de 430 mil toneladas de carne potencialmente infectadas, armazenadas em abrigos britânicos, à espera da incineração. “Sempre existe um perigo de contaminação do meio ambiente através de animais pequenos, como roedores”, disse ele.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde britânico, o número de pessoas infectadas pela nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvCJD), a forma humana da doença da vaca louca, já supera 101 casos. Dentre esses, sete estão vivos.
fonte: AmbitoWeb, adaptado por Equipe BeefPoint