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CNA propõe rastreamento de rebanho

Os produtores de carne brasileiros irão propor ao ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, que o governo desengavete o projeto de rastreamento do rebanho brasileiro, como medida mais efetiva de controle e para garantir a inserção da carne brasileira no mercado internacional. Este projeto foi apresentado pelo próprio governo em junho de 1998, mas até hoje não saiu do papel.

A proposta, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), e vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Carlos Sperotto, é para que o rastreamento seja feito por região, com início nos Estados exportadores já livres da febre aftosa sem vacinação, como é o caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A regionalização do rastreamento, segundo ele, eliminaria uma das principais dificuldades do programa, que é o grande número do rebanho nacional, estimado em 167 milhões de cabeças.

O Rio Grande do Sul e Santa Catarina que, juntos tem 15 milhões de cabeças de gado, poderiam ser o projeto-piloto do programa, com custos rateados entre o governo federal e o setor privado. ”Nós não temos dúvida de que daqui para a frente o Brasil, pelo seu potencial de concorrência, será alvo de contínuas retaliações no mercado externo. E nós precisamos estar preparados tecnicamente para enfrentar esta guerra”, alerta.

O embargo canadense à carne brasileira e a ameaça de mais um boicote ao produto – desta vez por parte do Reino Unido sob a alegação de que precisa se precaver contra a febre aftosa – está deixando os produtores e exportadores do Sul do País apreensivos com o futuro das vendas de carne no mercado internacional. Sperotto disse ontem à Agência Estado que também irá propor ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, a adoção de medidas de controle sanitário mais rígidas na fronteira com a Argentina para evitar a contaminação por febre aftosa.

Entre estas medidas, está a fiscalização ostensiva (envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura, Receita Federal e Polícia Federal) para proteger o rebanho da região contra o ressurgimento da aftosa no País vizinho. O pleito dos produtores ao ministro da Agricultura deverá ser feito durante reunião prevista para a próxima quarta-feira, quando Pratini irá a Porto Alegre para lançar o programa de ações emergenciais contra a aftosa na região.

Este programa começou a ser elaborado na semana passada em parceria com o setor privado e prevê reforço nos postos de fiscalização, criação de comitês municipais e campanha para que os pecuaristas gaúchos não comprem gado da Argentina. ”Nós estamos convencidos de que precisam ser adotadas medidas mais fortes na fronteira com a Argentina”, observou Sperotto.

Segundo ele, os produtores continuam preocupados com a possibilidade de contágio de aftosa procedente da Argentina, apesar do reforço na fiscalização e das barreiras sanitárias que já estão funcionando. Ele diz que os pecuaristas desistiram, por enquanto, de vacinar o rebanho. ”Vamos aguardar o detalhamento do programa emergencial e avaliar a sua eficácia. Se o resultado não for o esperado, voltaremos a discutir a vacinação”, alerta.

fonte: Folha de Londrina

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