A Argentina vai investir US$ 22 milhões no combate à febre aftosa, com a vacinação de 12 milhões de animais, o equivalente a 24% do rebanho nacional, segundo informa reportagem de Cláudia Trevisan, publicada hoje no Valor Online. Na última sexta-feira, o responsável pelo controle sanitário no país fez uma autocrítica da postura adotada diante do surgimento de casos da doença. “Todos somos responsáveis pelo que está acontecendo”, afirmou Victor Machinea, titular do Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar).
Também na semana passada, o jornal local “La Nación” publicou relatos de pecuaristas donos de animais infectados, além de fotos de uma vaca doente. O governo vem negando que haja focos de aftosa no país e afirma que a vacinação tem caráter preventivo. “Na minha fazenda há um foco de aftosa”, declarou Raúl Giorello, dono de uma propriedade na Província de Buenos Aires. Segundo ele, de suas 190 vacas holandesas, 13 manifestaram o vírus. “Nunca se poderia ter deixado de vacinar”, afirmou o pecuarista Simón Kennard, que diz ter perdido um animal com aftosa.
A Argentina suspendeu a vacinação contra a doença em abril de 1999 e, em maio do ano passado, ganhou o título de país livre de aftosa sem vacinação. O governo quer reconquistar esse status.
A vacinação será em duas regiões. A primeira inclui as Províncias de Corrientes, Missiones, Formosa, Salta e Jujuy, onde o trabalho será nas regiões de fronteira com Brasil, Paraguai e Bolívia. A segunda área atinge parcelas de cinco Províncias do centro do país: Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé, Córdoba e San Luis.
Machinea disse que serão enviados técnicos às regiões onde, segundo pecuaristas, apareceram animais contaminados. O Senasa proibiu temporariamente o movimento de gado para fora das áreas das cinco Províncias centrais onde haverá vacinação.
(Por Cláudia Trevisan, para Valor Online, 05/03/01)