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Consolidação segue acelerada em 2010

A recuperação da economia acelerou o ritmo da consolidação no agronegócio brasileiro em 2010. O número de fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras do setor, principalmente de açúcar e álcool e de proteína animal, dobrou na comparação entre os períodos de janeiro a setembro de 2009 e de 2010, aponta um levantamento da KPMG. Foram 28 operações no acumulado de nove meses de 2010, ante 14 anunciadas no mesmo período do ano passado.

A recuperação da economia acelerou o ritmo da consolidação no agronegócio brasileiro em 2010. O número de fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras do setor, principalmente de açúcar e álcool e de proteína animal, dobrou na comparação entre os períodos de janeiro a setembro de 2009 e de 2010, aponta um levantamento da KPMG. Foram 28 operações no acumulado de nove meses de 2010, ante 14 anunciadas no mesmo período do ano passado.

A perspectiva da KPMG para as fusões e aquisições no agronegócio é de um crescimento gradativo, mas dificilmente ocorrerá um fenômeno como o de 2010, quando o número de operações está dobrando. “O crescimento é explicado pela base baixa de 2009 e pela recuperação da economia, que foi mais forte no Brasil”, afirma o sócio da KPMG, André Castello Branco.

Neste ano, o segmento sucroalcooleiro tomou com folga a dianteira que o setor de proteínas animais detinha em 2009 em número de fusões e aquisições. De janeiro a setembro do ano passado foram nove negócios envolvendo as empresas de carnes e lácteos, e apenas três com usinas de cana-de-açúcar. Já em 2010, os usineiros aceleraram os negócios e somaram 16 transações, contra nove dos frigoríficos.

Há cerca de 400 empresas na atividade sucroalcooleiroa e a maior delas, a Cosan, tem menos de 10% do mercado. “O setor é muito pulverizado, exige muito capital e há grandes empresas como Petrobras e Shell investindo, por isso não existe limite para o processo de concentração”, diz Castello Branco.

O ano de 2010 foi marcado no segmento pelo início do que alguns agentes do mercado chamam de “era das petroleiras”, com a forte entrada das companhias petrolíferas na produção de etanol. A Petrobras comprou participações minoritárias relevantes na Açúcar Guarani, do grupo Tereos, e na Usina Boa Vista, do grupo São Martinho. Já a Shell fechou um acordo para criar uma joint venture de US$ 12,3 bilhões com a Cosan.

Outro grande negócio anunciado neste ano e que está avançando é a incorporação da Brenco pela ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht. A Brenco tinha quatro projetos de usinas em andamento, mas seu endividamento impediu a continuidade por conta da crise financeira internacional.

“No fim do mês entra em operação a usina Alto Taquari, a segunda da Brenco, e no terceiro trimestre de 2011 entram as outras duas”, diz o presidente da ETH, José Carlos Grubisich. A primeira usina da Brenco, a Morro Vermelho, entrou em operação há cerca de um mês.

Com nove usinas em operação em 2012, a ETH superará as 40 milhões de toneladas de cana e os 3 bilhões de litros de etanol. “A incorporação da Brenco antecipou em três anos o nosso plano de negócios”, afirma Grubisich.

Depois de colocar as usinas da Brenco em operação, a ETH estuda tocar outros projetos de novas unidades das duas empresas. “A consolidação atrasa o investimento em aumento de capacidade no Brasil, mas um novo ciclo virá”, avalia. outras opções são fazer aquisições ou mesmo criar bases produtivas na América Latina e África.

No segmento de carnes, é a diversificação e a internacionalização das empresas brasileiras que fortalecem a tendência de consolidação. Nove das 28 fusões ou aquisições de 2010 ocorreram no setor. “Um exemplo emblemático foi a compra da divisão de vegetais congelados da Arcor na Argentina pelo Marfrig”, diz Castello Branco.

Na contra-mão dessa tendência aconteceu em setembro de 2009 a incorporação do Bertin pelo JBS, duas empresas brasileiras focadas em carne bovina. “O Bertin foi mais uma oportunidade do que propriamente uma estratégia”, afirma o presidente do comitê de estratégia empresarial do JBS, o ex-ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

A matéria é de Luiz Silveira, publicada no Brasil econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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