Com a grave crise desencadeada na Europa devido ao aparecimento da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou doença da vaca louca, houve uma drástica redução nos países da União Européia das atividades relacionadas à produção animal.
A produção derivada de bovinos diminuiu em mais de 70% nas últimas semanas, o que implica uma forte queda na quantidade de couros oferecidos ao mercado e, por conseguinte, uma forte dificuldade de abastecimento por parte das indústrias fabricantes.
No ano 2000, a Europa foi responsável por 22% da atividade mundial de animais, sendo que agora conta com apenas cerca de 4 a 5%.
Segundo Carlos Bueno, presidente da Câmara da Indústria de Calçados (CIC) da Argentina, esta crise, que sem dúvida está provocando o desabastecimento de couros, pode representar uma grande oportunidade para a Argentina, mas “somente se forem tomadas as medidas corretas”.
Exportação
“A exportação de couros frescos representa para a Argentina cerca de US$250 milhões, de couros curtidos, US$900 milhões e de manufaturados, US$ 5 bilhões”, disse Bueno. Além da evidente diferença em matéria de lucro para o país, com a exportação de couros manufaturados, poderiam ser criados cerca de 120 a 130 mil postos de trabalho diretos, mais 60 ou 70.000 indiretos.
Entretanto, Bueno enfatiza que, para que isso seja possível, é necessário que sejam tomadas as medidas políticas corretas, que fomentem o desenvolvimento da indústria manufatureira, e que criem empregos na Argentina. Por outro lado, Bueno disse que, caso nenhuma medida seja tomada, serão exportados couros frescos, diminuindo as possibilidades de crescimento para o país, além de deixar o setor sem matéria-prima, que levaria a uma outra crise sem soluções.
“Estamos esperando alguma decisão por parte das autoridades, que até agora não vimos. Seria oportuno se tivéssemos algum sinal favorável em breve, uma vez que as decisões tardias resultam tão ineficazes como a falta total de respostas”, concluiu Bueno.
fonte: Ambito Financiero, por Equipe BeefPoint