Os estudos sobre a produção de carnes de bezerros da Embrapa Gado de Corte entram em nova fase este mês, com o desafio de desenvolver ração específica para garantir o ganho de peso, reduzindo o custo de produção, segundo reportagem de Rosangela Valente, publicada hoje na Gazeta Mercantil. Para chegar a essa fórmula, a Embrapa está procurando parceiros da área de nutrição para desenvolvimento de ração que associe a fração volumosa à concentrada, que será oferecida aos bovinos após o desmame, por volta do sétimo mês.
De acordo com o pesquisador da unidade e coordenador do projeto, Gelson Luís Dias Feijó, a produção de carne de bezerros, o chamado vitelão, é uma alternativa rentável para agregar valor aos animais de baixa produtividade no rebanho de corte e aos bezerros machos das vacas leiteiras, bovinos com maior dificuldade de ganho de peso. Este mês, os pesquisadores iniciam os experimentos de campo para definir o peso ideal de abate do vitelão, que será avaliado de acordo com o tipo de carcaça do rebanho. Feijó acredita que os bezerros devem ser abatidos com idade entre dez e doze meses, dependendo da taxa de ganho de peso.
fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint
Nos testes, os bovinos serão alimentados com feno e concentrado, enquanto a ração apropriada ao vitelão não é desenvolvida. Ele estima que os trabalhos devem ser concluídos ainda no primeiro semestre deste ano. A proposta é criar os bovinos no sistema de confinamento, fornecendo um único tipo de alimentação, o que facilitaria o manejo. Além disso, o pesquisador acredita que é possível reduzir o custo trabalhando com ração baseada em concentrado, já que o volumoso é o componente mais caro.
De acordo com os levantamentos realizados em 1999, a carne do vitelão poderia chegar ao consumidor ao preço de R$ 4 o quilo, valor que garantiria retorno do investimento. Esse patamar, segundo o pesquisador, mesmo estando defasado, seria bem absorvido por uma fatia do mercado, que exige produtos diferenciados e de melhor qualidade, principalmente quanto a maciez da carne.
Por Rosangela Valente, para Gazeta Mercantil, 01/02/01