Manfred Folz, consultor na Boviplan Consultoria Agropecuária, comentou o artigo de Miguel Cavalcanti no BeefPoint: Reflexões sobre preço do bezerro e do boi gordo, confira o comentário na íntegra.
Muito interessante o debate sobre os rumos da cria, e as opiniões seguem mais ou menos na mesma vertente, da maior rentabilidade da recria/engorda e da maior estabilidade na cria, com menor rentabilidade, o que não é novidade. A referência sugerida pelo Marcelo de 40% de ágio no preço do bezerro também é bastante interessante e faz todo sentido, e pessoalmente entendo ser bem realista.
Assim o que acredito é que esteja faltando no mercado a defesa da comercialização do bezerro exclusivamente pelo peso e não mais por cabeça, o que via de regra prejudica o criador e, mais amplamente, toda a nossa busca por produção de carne de qualidade.
Os agentes de mercado trabalham muito mais pela divulgação do valor do bezerro por cabeça, mesmo informando eventualmente o peso dos animais, do que pela divulgação do valor do quilo do PV do bezerro.
Mantidas essas condições o mercado estará sempre nas mãos dos que tiverem maior habilidade comercial, os mais espertos, que avaliam o bezerro sempre a seu favor, se comprador abaixo do peso e se vendedor o oposto. Como o criador costuma ser a parte menos hábil comercialmente e muitos não tem sequer o hábito de pesar no momento da venda – isso quando tem balança -, acaba por não se saber o que realmente está recebendo pela sua produção.
Se a iniciativa ou pressão de compra exclusivamente pelo peso, partir de associações fortes, como a Assocon e/ou de leiloeiras sérias por exemplo, o mercado de bezerros tenderá a se profissionalizar muito mais, deixando claro quem são os bons produtores e estimulando a produção de bezerros cada vez mais pesados e reduzindo – quem sabe eliminando – o produtor de bezerros de 5,5@, que são animais que nunca irão para o abate antes dos 30/36 meses, justamente os que mantém a qualidade da carne produzida no Brasil como produto de baixo padrão, que é uma grande barreira que enfrentamos em todos os elos da nossa cadeia de produção.
Confira os comentários do artigo Reflexões sobre preço do bezerro e do boi gordo.
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Excelente comentário, sou totalmente a favor da comercialização do bezerro por meio do Kg do Peso Vivo, o problema encontrado a nível nacional, é que a demanda é muito alta e aí entra a lei da oferta e da procura, acabando por valorizar em muito o bezerro e desfavorecendo essa troca boi gordo – bezerro, sendo assim não premiando os produtores que investem em genética e desmamam bezerros mais pesados e com uma genética superior