EUA continua liquidando rebanho bovino

O rebanho bovino dos Estados Unidos continua seu prolongado declínio, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportando uma queda de 500 mil cabeças pelo segundo ano consecutivo, para 104,3 milhões de cabeças em 1 de julho de 2008. Esse é o terceiro menor número no estoque de 1 de julho já registrado – o menor foi em 2004, de 103,6 milhões.

Com altos custos de insumos, contínua seca em algumas regiões (particularmente Geórgia) e desaceleração econômica, a indústria de bovinos dos EUA continua enfrentando condições de comércio desafiadoras e margens apertadas de lucros.

Os números de novilhas para reposição do rebanho de corte caíram 2% com relação a 2007, para 4,6 milhões de cabeças. A taxa de declínio foi menor do que os analistas esperavam, mas ainda indicam que uma alta porcentagem de novilhas está sendo destinada à engorda, ao invés de ser mantida para reposição.

Menos novilhas de reposição e um aumento de 6,5% nos abates de vacas de corte em 2007-08 levaram a uma queda de 200 mil cabeças no estoque de bovinos de corte doa EUA, para 33,15 milhões – o menor desde 1990.

Considerando as menores e tardias plantações de milho dos EUA (e os danos das inundações de junho), a contínua seca em algumas áreas de cria de bezerros e os maiores custos dos insumos, particularmente para combustíveis, os lucros operacionais deverão permanecer sob pressão, tornando duvidoso que os EUA expandam seu rebanho bovino em um futuro próximo.

Embora os abates de bovinos devam retornar aos níveis do ano anterior na segunda metade de 2008 (após terem sido 9% maiores na primeira metade), tanto o estoque reportado como as menores colocações de bovinos para engorda sugerem que as ofertas de carne bovina dos EUA cairão em curto prazo. Isso poderá significar maior demanda por carne bovina importada, suportando os preços da carne importada em seus atuais níveis.