A União Européia (UE) continua se posicionando contra o uso de hormônios de crescimento na produção de carne bovina feito nos Estados Unidos, mas os dados científicos, na opinião dos norte-americanos, continuam fracos, mesmo após a terceira revisão científica feita pela UE.
No dia 23 de abril, a UE anunciou que seu Comitê Científico para Medidas Veterinárias relacionadas à Saúde Publica (SCVPH) tinha divulgado sua terceira opinião sobre os potenciais riscos à saúde humana dos resíduos de hormônios em carnes bovinas e produtos derivados de carne. De acordo com o divulgado, o SCVPH não encontrou razões para modificar suas opiniões anteriores, divulgadas em 1999 e 2000.
No entanto, um anúncio feito por várias entidades representantes das indústrias dos Estados Unidos mostrou que elas são contrárias a esta opinião. Segundo o anúncio, divulgado nesta semana pelo Instituto de Saúde Animal (AHI), Instituto Americano de Carne Vermelha (AMI), Federação Americana de Agências Rurais (AFBF) e pela Associação Nacional dos Produtores de Carne (NCBA) essas instituições realizaram uma análise da revisão feita pela UE. A análise norte-americana concluiu que o último pronunciamento da EU é pouco consistente ao se basear fundamentalmente em 17 estudos lançados em 1999, que, segundo os norte-americanos, foram feitos com o forte propósito de produzir evidências científicas conclusivas que apoiassem sua posição com relação aos hormônios.
A argumentação da UE se baseia em trabalhos feitos em 1999, que mostraram que o uso de hormônios promotores de crescimento pode trazer potenciais riscos à saúde do consumidor. Segundo os norte-americanos, apesar de não haver evidências científicas que comprovem isso, a SCVPH continua defendendo esta sua decisão original, que recebeu severas críticas do Food and Drug Administration (FDA), dos EUA e do Comitê de Produtos Veterinários, do Reino Unido (UK-VPC), e é inconsistente com as determinações feitas pelo Codex Alimentarius e pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo a análise das entidades norte-americanas, esta terceira revisão feita pelo SCVPH falhou em fornecer quaisquer evidências para suas descobertas, bem como conclusões de outras revisões científicas, referentes aos 6 hormônios de crescimento aprovados para uso na produção de carne bovina. Segundo os norte-americanos, as carnes e produtos derivados oriundos de animais tratados com os 6 hormônios em questão, quando usadas de acordo com as recomendações e com as boas práticas veterinárias, são seguros aos consumidores.
Fonte: AgWeb, adaptado por Equipe BeefPoint