Dois estudos divulgados recentemente mostraram que a política federal dos Estados Unidos tem pressionado significantemente os preços dos alimentos, embora os efeitos nos preços da gasolina tenham sido "quase muito pequenos para serem medidos".
Dois estudos divulgados recentemente mostraram que a política federal dos Estados Unidos tem pressionado significantemente os preços dos alimentos, embora os efeitos nos preços da gasolina tenham sido “quase muito pequenos para serem medidos”.
O ex-economista chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Keith Collins, e o pesquisador do FarmEcon LLC, Thomas Elam, enviaram suas novas análises para a Agência de Proteção Ambiental (EPA,da sigla em inglês) na segunda-feira passada, dia 23 de junho, que era o fim do período de comentários públicos da EPA sobre um pedido feito pelo Governador do Texas, Rick Perry, para suspender parcialmente os Padrões de Combustíveis Renováveis (RFS, da sigla em inglês), que determinam as metas de uso de biocombustíveis no país, por causa dos sérios danos econômicos causados pela atual política.
O estudo de Collins, “O papel dos biocombustíveis e outros fatores nos aumentos dos preços agrícolas e de alimentos”, indica que a menos que o RFS seja suspenso ou revisto, os estoques de grãos dos EUA – já pressionados pelos níveis perigosamente baixos – cairão ainda mais à medida que o etanol consuma uma porção maior da baixa oferta de milho.
“O suporte do Governo ao etanol à base de milho assegura uma demanda permanente, significante e crescente por milho. Essas políticas interferem com a função normal de racionamento de preços dos mercados, quando as ofertas são baixas como em 2008, com a produção sendo reduzida pelas inundações e excesso de umidade. Neste ambiente de baixa colheita, a política de biocombustíveis, incluindo o uso compulsório de etanol, leva a preços ainda maiores do milho, mudanças no ajuste da demanda sobrecarregando os usuários de milho não para produzir etanol – particularmente o setor pecuário – e coloca contínua pressão nos preços dos alimentos”.
O estudo de Elam, chamado “Custos de suporte dos biocombustíveis para a economia dos EUA: o papel chave dos RFS no cenário de escassez de matéria-prima”, investiga dois cenários diferentes: um onde existe perdas na colheita e o RFS continua em funcionamento, e outro onde existe perdas na colheita, mas o RFS compulsório é reduzido em 50%”.
“A manutenção do atual programa de RFS diante de uma menor colheita de milho em 2008 será devastadora para os produtores de carnes, lácteos e aves. Os consumidores sofrerão à medida que os custos dos alimentos e dos combustíveis aumentarão e as ofertas de alimentos à base de milho diminuirão. A economia geral será prejudicada pela maior inflação e pelas perdas de empregos no setor de produção de alimentos”. A reportagem é do site do American Meat Institute (AMI).