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Exportações da cadeia da carne bovina precisam da colaboração de todos os seus integrantes

As perspectivas para a exportação de carne bovina para o ano que vem parecem muito promissoras segundo opinião do Ministro da Agricultura e Abastecimento Pratini de Moraes. Para que essas perspectivas venham a se tornar realidade deverá haver um esforço conjunto muito grande por parte do Governo, da Indústria Frigorífica e dos Produtores.

Em primeiro lugar, a cadeia produtiva com o apoio do Governo, deve aumentar a divulgação no exterior sobre como é produzida nossa carne, sobre o seu grau de segurança alimentar e sobre a evolução dos sistemas de rastreamento até a unidade produtora. Um outro ponto importante é identificar claramente quais são os mercados mais promissores para os diferentes tipos de qualidade de carne que podemos produzir com eficiência (por exemplo, carne de zebuínos no Brasil Central, de taurinos no Sul e de cruzados tanto no Brasil Central como na região Sul).

O Governo deve criar estímulos para financiar a custos competitivos a exportação, não através de subsídios, mas de políticas de curto, médio e longo prazos eficientes para estimular o setor produtivo a investir em tecnologias de produção que possam tornar nosso produto mais competitivo no mercado internacional.

Para atingir mercados específicos, a Indústria Frigorífica precisa evoluir no sentido de fazer alianças diretamente com produtores ou através de suas Organizações de classe. Essas alianças devem ser bastante abrangentes, incluindo orientação técnica para obter os produtos necessários para atender mercados definidos em termos de exigências de qualidade, segurança e outros atributos que porventura os diferentes nichos de mercado exigirem. Além disso, a Indústria Frigorífica precisa desenvolver um sistema de remuneração dos produtores para repassar parte dos ganhos obtidos com o desenvolvimento de produtos ajustados a mercados específicos. Além de cortes específicos da carcaça, o couro de qualidade poderá representar um adicional importante da remuneração ao produtor. Com mais remuneração, haverá mais estímulo ao produtor para investir e usar tecnologias adequadas e racionais para produção dos tipos de animais mais adequados para a Indústria Frigorífica atender as exigências de diferentes nichos de mercado.

Por sua vez, os produtores têm que adotar todas as exigências para produzir carne bovina com alta segurança alimentar através de programas de controle sanitário preventivos. Têm também que seguir as recomendações de manejo alimentar e animal para obter animais saudáveis e que atendam às exigências de nichos específicos de mercado. Além disso, precisam desenvolver a capacidade para trabalhar em conjunto com os outros elos da cadeia, procurando fazer o melhor possível aquilo que lhe compete e exigindo dos outros o mesmo comportamento para que a cadeia de produção de carne bovina se torne cada vez mais eficiente e respeitada.

Essa colaboração entre Indústria Frigorífica e Produtores tem que ser efetivada através de contratos bem elaborados com definição clara das atribuições e direitos de cada parte. Além disso, precisam conter cláusulas de compensação para o não cumprimento dos compromissos assumidos. Tanto a Indústria Frigorífica como os Produtores precisam aprender a seguir as regras estabelecidas para que o relacionamento entre as partes prejudique o menos possível o funcionamento e o desenvolvimento de uma cadeia de carne bovina forte e dinâmica.

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