Preço do boi gordo tem nova queda em São Paulo
20 de fevereiro de 2025
Indicador do Boi DATAGRO – Boletim de 20-fevereiro-2025
21 de fevereiro de 2025

Exportações de carne bovina do Canadá devem atingir recorde

O Canadá deve estabelecer um recorde de valor na exportação de carne bovina em 2024.

Albert Eringfeld, vice-presidente de desenvolvimento de mercado de exportação da Canada Beef, afirmou que 2022 foi um ano recorde e que 2024 superará essa marca, ultrapassando US$ 7 bilhões.

O volume de gado vivo e carne bovina exportados também tem apresentado uma tendência de crescimento.

Eringfeld disse que, em 2024, cerca de 46% de toda a carne bovina abatida no Canadá foi exportada.

Os principais mercados de destino são os Estados Unidos, Japão, México, Coreia do Sul e Vietnã, seguidos por outros países do Sudeste Asiático, América Latina, Europa e Oriente Médio.

“Em 2023, a carne bovina canadense foi exportada para 56 países diferentes”, afirmou Eringfeld durante a Saskatchewan Beef Industry Conference.

O mercado europeu oferece o maior valor por quilo, mas em pequenos volumes. Em seguida, estão Hong Kong, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e, depois, os Estados Unidos.

Eringfeld afirmou que o mercado dos EUA tem se mantido estável nos últimos cinco anos, valendo cerca de US$ 4 bilhões. O Canadá teve uma participação de mercado de 22% nas importações dos EUA no ano passado, uma pequena queda em relação ao ano anterior. Mais de 90% da carne exportada para os EUA é resfriada e a maioria é desossada.

“A carne moída é o principal segmento das exportações canadenses para os EUA”, disse Eringfeld. “Outros cortes usados para moagem ou produção de carnes finas, especialmente para o mercado hispânico, provenientes do dianteiro e do traseiro, também são muito populares.”

Ele ressaltou que, apesar de os EUA serem o maior produtor mundial de carne bovina, também são o segundo maior importador. O acesso isento de tarifas é essencial para o Canadá, que tem os EUA como seu principal concorrente em outros mercados de exportação.

Eringfeld disse que a Canada Beef está planejando estratégias para lidar com tarifas, analisando onde pode redirecionar seus esforços de marketing.

Os principais concorrentes do Canadá nos EUA são produtores de menor custo, como Austrália e Brasil, e as importações devem crescer devido à queda na produção doméstica.

As exportações para o Japão não cresceram muito em volume ou valor, mas o país continua sendo um cliente fiel. O Canadá tem 7% de participação no mercado japonês, concorrendo com Austrália, EUA, Nova Zelândia e México. O mercado japonês foi avaliado em US$ 322 milhões em 2023.

Cerca de 30% das exportações para o Japão são de carne resfriada, e aproximadamente 25% desse volume é destinado ao varejo. O restante vai para restaurantes e processamento industrial.

O mercado de miúdos representa cerca de 45% das remessas, com a língua bovina sendo um item popular, assim como cortes de peito, dianteiro e fraldinha.

Com o Comprehensive and Progressive Partnership for Trans-Pacific Partnership, as tarifas de importação cairão de 22,5% para 9% até 2030. Já as tarifas sobre miúdos, atualmente em 2,5%, serão zeradas entre 2028 e 2030.

O Japão é aproximadamente 42% autossuficiente em carne bovina, em grande parte devido à sua produção de Wagyu. Os preços da carne Wagyu costumavam ser mais altos que os da carne importada, mas estão se tornando mais competitivos com a desvalorização do iene.

O México, terceiro maior mercado, já foi o segundo maior destino das exportações canadenses. Embora parte desse mercado tenha se perdido, no ano passado começou a se recuperar, disse Eringfeld. Atualmente, representa 9% das exportações canadenses, com um valor de US$ 284 milhões.

Cerca de 75% da carne enviada ao México é resfriada, com 20% indo para o varejo e 80% para restaurantes. O México compra diversos cortes, incluindo miúdos, dianteiro e carnes planas, como inside rounds e costelas curtas.

As importações continuam crescendo, impulsionadas pelo aumento dos salários, que alteram os hábitos de consumo alimentar e levam os consumidores a escolher cortes de maior valor. No entanto, desafios como a seca ameaçam cerca de 60% das pastagens e impactam a produção local.

“A sustentabilidade é um foco importante”, afirmou Eringfeld, assim como o bem-estar animal.

O Canadá enfrenta concorrência de menor custo do Brasil e da Argentina, após a decisão do México, no ano passado, de importar carne bovina da América do Sul pela primeira vez.

As tarifas de importação para a Coreia do Sul continuam diminuindo, o que melhora a competitividade do Canadá. Sob o acordo de livre comércio, as tarifas caem 2,67% ao ano. As tarifas de importação, que eram de 10,6%, serão zeradas até 2029, enquanto as tarifas sobre miúdos foram eliminadas este ano.

As importações atingiram um pico em 2022, caíram e depois voltaram a crescer em 2024, representando cerca de 3% de participação de mercado e um valor de US$ 122 milhões. A maior parte do produto exportado para a Coreia do Sul é congelada, e o Canadá poderia se beneficiar de uma presença maior no varejo, já que sua marca ainda não é suficientemente reconhecida.

Por fim, o Vietnã é um mercado pequeno, avaliado em cerca de US$ 79 milhões em 2023, desde que as exportações começaram a ser enviadas para lá em 2019. O Canadá detém uma participação de mercado de 4% no país, que também importa grandes volumes de carne de búfalo indiano de baixo custo. Se essa carne fosse excluída da equação, o Canadá teria uma participação de mercado de 26% no segmento de carne bovina.

Fonte: Alberta Farmer Express, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *