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7 de novembro de 2008

Exportações de couros recuam em outubro

Se os meses anteriores foram negativos, agora dá para dizer que as bruxas estão soltas mesmo. Tanto o setor coureiro como o calçadista registram perdas monetárias com suas exportações em outubro.

Se os meses anteriores foram negativos, agora dá para dizer que as bruxas estão soltas mesmo. Tanto o setor coureiro como o calçadista registram perdas monetárias com suas exportações em outubro.

Depois do crescimento apenas nos dois primeiros meses do ano, os curtidores tiveram o maior tombo do ano neste mês. O declínio nos embarques foi de 27% em relação a outubro de 2007 – de US$ 200 milhões as receitas chegaram a US$ 146 milhões. Também a comercialização de calçados no exterior segue em queda livre: foram exportados US$ 148 milhões ante US$ 161 milhões no mesmo mês de 2007, uma redução de 8%.

No rastro da redução de vendas, os números negativos também se fixam no acumulado do ano para o setor coureiro. Nos dez primeiros meses, a redução de negócios em dólar foi de 8% na comparação com o ano passado – de US$ 1,8 bilhão para US$ 1,6 bilhão. Para os fabricantes de calçados a balança permanece equilibrada, já que as divisas com os embarques estão praticamente idênticas aos primeiros dez meses de 2007: US$ 1,6 bilhão.

O desempenho negativo não é nenhuma surpresa para a Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AicSul). Segundo o presidente da entidade, Francisco Gomes, essa performance já era anunciada. “Temos uma série de fatores que contribuem para a queda nas exportações, como o câmbio, que estava distorcido, e o Custo Brasil, uma vez que estamos com impostos retidos, como no caso do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)”, destacou. Os principais compradores do couro brasileiro são Itália e China.

O início da temporada de verão não foi bom para os calçadistas brasileiros lá fora. A queda de 8% no faturamento das exportações em outubro deste ano na comparação com o ano passado é a segunda maior registrada em 2008.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Ricardo Wirth, esse resultado é uma conseqüência do problema enfrentado com o câmbio nos últimos anos. Os principais destinos do calçado “made in Brazil” são Estados Unidos, Argentina e Reino Unido. Os dados são da balança comercial, divulgada essa semana pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

As vendas para o exterior de calçado e de couro devem continuar no vermelho até o final do ano, conforme projeções das entidades que representam esses dois setores. “O nosso preço extrapolou os limites pagos pelo mercado, o que afeta os negócios. Se a temporada já abriu assim, deve permanecer do mesmo jeito ainda mais que há novos agravantes”, frisou Wirth, referindo-se à crise financeira internacional. A permanência de um saldo negativo até o final do ano também é dada como certa pelo presidente da AicSul. O dirigente Francisco Gomes adiantou, ainda, que o resultado comercial não leva em conta a turbulência no cenário econômico mundial porque os pedidos foram gerados há alguns meses. “Somente em 2009 poderemos sentir realmente os reflexos.”

Aliás, segundo Gomes, o próximo ano já sinaliza para uma demanda menor. O que pode mudar o cenário comercial será o câmbio, se a cotação da moeda norte-americana continuar nesse patamar. “Isso fará com que o nosso couro volte a ser competitivo”, explicou. A meta do início do ano de chegar a US$ 2,5 bilhões nas comercializações praticamente caiu por terra e agora a projeção, conforme o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), é de US$ 2 bilhões.

A matéria é do jornal NH Online, de Novo Hamburgo/RS, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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