As exportações do agronegócio brasileiro bateram novo recorde no ano passado, somando US$ 30,6 bilhões, crescimento de 23,3% sobre os US$ 24,8 bilhões do ano anterior. O agronegócio foi responsável por 41,9% das exportações nacionais no ano passado, que somaram US$ 73 bilhões. O bom resultado do setor foi impulsionado principalmente pelo desempenho do segmento da soja, que liderou o ranking de exportações em 2003 atingindo a cifra de US$ 8,1 bilhões no ano passado, aumento de 35,2% sobre os US$ 6 bilhões registrados em 2002.
“As exportações do agronegócio foram extremamente importantes para a sustentação de renda do setor agropecuário no ano passado”, disse o chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA, Getúlio Pernambuco. Ele lembra que mais de 20% da renda agrícola é formada pelas vendas externas. A ligeira retração da demanda interna registrada em 2003, devido à queda de renda, não prejudicou o setor agropecuário, pois essa tendência foi compensada pelos bons resultados das exportações.
As importações do segmento somaram US$ 4,8 bilhões no ano passado, elevação de 6,6% com relação aos US$ 4,9 bilhões de 2002. O saldo do agronegócio atingiu, portanto, US$ 25,8 bilhões no ano passado, crescimento de 27% na comparação com os US$ 20,3 bilhões de 2002.
Não foi apenas entre os produtos do complexo soja que houve o registro de crescimento de exportações. O setor de carnes também obteve forte crescimento nas remessas, somando US$ 4,1 bilhões em 2003, em crescimento de 31% na comparação com os US$ 3,1 bilhões registrados em 2002. As exportações de carne bovina in natura somaram US$ 1,154 bilhão, em elevação de 48,7% na comparação com os US$ 776 milhões de 2002. O setor de aves exportou US$ 1,7 bilhão, em elevação de 28% na comparação com o US$ 1,3 bilhão de remessas registrado no ano anterior. O registro de problemas em alguns países como casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, a doença da “vaca louca”) e de gripe aviária abriram espaço para o Brasil aumentar sua presença no mercado internacional de carnes.
O Brasil conseguiu conquistar novos mercados, especialmente na Ásia, Oriente Médio e Europa Oriental. O principal cliente internacional do agronegócio brasileiro foi o grupo da União Européia, responsável por 36,4% das remessas brasileiras. A participação da Ásia, entretanto, aumentos de 16,7% em 2002, para 18,1% no ano passado. Os países da Área de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) reduziram a participação na pauta de exportações do agronegócio do Brasil, de 19% em 2002, para 18,1% no ano passado.
Fonte: CNA, adaptado por Equipe BeefPoint