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Faltam melhoradores na pecuária brasileira

A procura por touros, para monta natural e inseminação artificial, vem aumentando na medida em que o pecuarista necessita da tecnologia de melhoramento genético para o seu rebanho. Entretanto, segundo o professor do departamento de genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, Raysildo Barbosa Lobo, touros melhoradores na pecuária brasileira ainda estão em falta. Para ele, a oferta de melhoradores não ultrapassa 35 mil cabeças/ano, enquanto a demanda anual por reprodutores gira em torno de 250 mil.

“A oferta de touros melhoradores vêm em ritmo de crescimento, mas ainda não é suficiente para atender toda a demanda”, diz Raysildo Lobo, que também é responsável pela coordenação do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore, desenvolvido por um grupo de pecuaristas de Ribeirão Preto. Segundo o professor, um simples reprodutor (ou “boi de bola”,como é chamado) não apresenta características genéticas ideais para desenvolver uma pecuária lucrativa. Um touro exemplar, ao contrário, transmite aos seus filhos qualidades como precocidade sexual, fertilidade, rapidez no ganho de peso, rusticidade, bom rendimento de carcaça e de cortes nobres.

O “boi de bola” tem sido a única saída para a maioria dos criadores brasileiros, que encontra dificuldades financeiras para adquirir um bom animal. Em média, um touro melhorador vale três vezes mais que um simples reprodutor. Um touro identificado como superior e destinado à monta natural é negociado, em média, a R$ 2,5 mil. Já um reprodutor simples vale no mercado R$ 700 em média.

O professor Rayzildo acredita que uma das soluções para a falta de condições financeiras seria uma maior democratização dos programas de avaliação genética. “Para os pequenos pecuaristas uma saída seria a utilização de touros não registrados, ou seja sem pedigree, e por isso mesmo mais baratos, mas com uma avaliação genética positiva”, afirma.

fonte: Gazeta Mercantil (por Denis Cardoso), adaptado por Equipe BeefPoint

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